quinta-feira, 29 de novembro de 2012

COPOM Interrompe Ciclo de Cortes e Mantém Juros em 7,25% ao Ano

Por Eduardo Fernandes da Paz


Decisão veio em linha com aposta maciça de economistas dos bancos.
Rendimento da poupança fica estável e juro real termina ano abaixo de 2%.

Depois de dez cortes consecutivos na taxa básica de juros da economia brasileira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (28) – em sua última reunião de 2012 – manter a Selic em 7,25% ao ano, na mínima histórica. A decisão foi unânime.
A manutenção dos juros confirmou a aposta maciça dos economistas dos bancos. A percepção do mercado de que os juros seriam mantidos neste mês se deve a uma indicação do próprio BC. Na ata do último encontro do Copom, em outubro, o BC informou que a redução de juros realizada naquele mês deveria ser  "ULTIMA DO CICLO". Informou ainda que os juros devessem permanecer estáveis por um período "suficientemente prolongado" de tempo.
 


A previsão dos analistas é que a taxa básica continuará estável no atual patamar de 7,25% ao ano, pelo menos, até o final de 2013. A aposta dos economistas dos bancos é que os juros serão novamente alterados somente em janeiro de 2014 – quando avançariam para 7,75% ao ano.

Explicação
Ao fim do encontro, o BC divulgou a seguinte frase: "O Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 7,25% a.a., sem viés. Considerando o balanço de riscos para a inflação, a recuperação da atividade doméstica e a complexidade que envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta, ainda que de forma não linear".

Sistema de metas de inflação
Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ao subir os juros, o BC atua para controlar a inflação e, ao baixá-los, julga, teoricamente, que a inflação está compatível com a meta.

Para 2012, 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

Neste momento, o BC já está fixando a taxa básica de juros com base no cenário inflacionário esperado para o próximo ano. Isso porque movimentos nos juros básicos demoram cerca de seis meses para terem impacto pleno na economia.

Mesmo com o fim do ciclo de corte de juros nesta semana, o mercado financeiro não acredita que o Banco Central conseguirá atingir a meta central de inflação em 2013. A previsão da maior parte dos economistas dos bancos é de que o IPCA deverá somar 5,4% no próximo ano, bem acima da meta central de 4,5%, mas dentro do intervalo de tolerância de dois pontos percentuais.

O economista-chefe da Mauá Investimentos, Rodrigo Melo, lembra que o BC está trabalhando com inflação próxima de 5% para 2013, conforme informação do último relatório de inflação, com um "balanço de riscos favorável" por conta da crise financeira internacional - que tende a gerar um crescimento mundial menor, o que contribui para menos pressões inflacionárias.

Rendimento da poupança
A manutenção dos juros básicos por parte do Banco Central impede nova queda na rentabilidade da caderneta de poupança. Pelas regras definidas pelo governo neste ano, a poupança passou a ser atrelada aos juros básicos da economia, rendendo 70% da aplicação, mais a Taxa Referencial, quando a taxa básica estiver abaixo de 8,5% ao ano.

Com juros em 7,25% ao ano, a poupança continuará sendo remunerada em 5,07% ao ano mais TR. Antes da mudança das regras, a poupança rendia, pelo menos, 6,17% ao ano, mais TR. Na poupança, porém, não é cobrada taxa de administração e nem Imposto de Renda (IR) - ao contrário dos investimentos em fundos. Os recursos podem ser sacados a qualquer momento.

"Para aplicações menores que seis meses, a poupança é a melhor opção devido à isenção de IR. Para prazos maiores de seis meses, títulos do tesouro indexados a Selic (LFT) ou ao IPCA (NTN-B) são interessantes. Outra dica é investir em bancos renomados que oferecem mais que 95% do CDI", avaliou o professor da Escola de Economia da FGV-SP, Samy Dana.

Juros reais abaixo de 2% ao ano
Com a taxa básica em 7,25% ao ano, o Brasil passou a ter juros reais (após o abatimento da inflação prevista para os próximos 12 meses) de 1,8% ao ano, segundo levantamento dos economistas Jason Vieira e Thiago Davino.

Com isso, a taxa real de juros brasileira ficou abaixo da meta da presidente Dilma Rousseff (2% ao ano), patamar que também é mais próximo da média internacional. A taxa real de juros de 40 países pesquisados pelos economistas está negativa em 0,5% ao ano.

 

COMENTÁRIO:

Enfim, venceu a tese do Equilíbrio. Apesar da maioria dos apostadores seguir na linha da manutenção, por fundamentos fortes e diversos, havia uma pequena e fraca minoria que ainda especulava a queda de 0,25 na Selic. Mas com essa decisão o Copom manteve o bom senso teórico e técnico em matéria de economia, com uma leitura correta da micro e macro economia.

As projeções agora ficam mais clara para o ano de 2013, sabemos como o mercado deve se comportar pelo menos até o primeiro trimestre do exercício vindouro, caso não aconteça nenhuma influência determinante no cenário mundial ou local.

Já podemos tentar vaticinar ou descortinar o futuro próximo em âmbito econômico e financeiro, mas se vamos lograr êxito e outro papo, pois isso depende do equilíbrio dos agentes que fazem o mercado.

 
Fonte: G1-Brasília. Top of Form 1
Bottom of Bo

domingo, 9 de setembro de 2012

OS FUNDOS SERÃO OS BANCOS DO FUTURO?

Por Eduardo Fernandes da Paz
Às vezes acho um saco esse negócio de construir cenários de longo prazo, pois quase sempre nos esquecemos de quem acertou ou ignoramos quem errou nas projeções das possibilidades, logo não valorizamos como devíamos o resultado das hipóteses, pois cenários são circunstâncias de possibilidades.
Mesmo assim, criei um tempo sem tê-lo, nessa ocasião (07/09/2012), para me aventurar no exercício da indicação de uma hipótese de longo prazo, onde muitos não estão querendo debater, apesar de conviverem umbilicalmente com essa realidade.
Tenho observado cuidadosamente no meu dia a dia, que tem aumentado muito o número de POUPADORES no Mercado. Poupadores esses, que tem se estruturado em Fundos dos mais variados, para atender uma demanda que não vem sendo atendida pelos mecanismos conservadores da Atividade Financeira extremamente concentradas, que aqui aponto como sendo os Bancos Tradicionais: Comerciais ou Múltiplos.
A Questão do Crédito merece ser revista, isso é ponto pacífico, mas se não for, pelo menos é maioria, ou deveria ser!
Acompanho alguns “case” de Empresas que tiveram problema de Cadastro no passado e que até o momento pagam imerecidamente um preço muito alto por isso, mesmo tendo feito o dever de casa, quando ajustaram suas contas. Não estou pregando o Calote Civil, mas se o mundo mudou, e mudou de verdade, o "Sistema Operandis" também deveria ter mudado.  
Fico pensando qual seria a solução: Adequar a análise de crédito da Empresa priorizando o realinhamento do perfil da dívida e o investimento ou o Empreendedor aparelhar um novo CNPJ para captar Recursos?
A segunda solução vem acontecendo toda hora, apesar de alguns hipocritamente não quererem reconhecer. Já a primeira, seria uma solução Salomônica para TOMADORES E POUPADORES, onde Empresas seriam reabilitadas para operarem no mercado formal minimizando o custo financeiro da sua captação.
Alguns dirão essa cara é louco, pois qual a garantia desse modelo funcionar, se vimos o que deu com a Crise Norte Americana em relação ao Crédito,no caso específico das Hipotecas.
Respondo com muita segurança, a maturidade do Mercado de hoje não é aquela nem de longe.
Estou falando de Análise de Crédito, com o ingrediente do Exame Qualitativo,   por extensão de Empresários Capazes, Conscientes e Comprometidos!
Quando a Lei apena alguém em “latu sensu”, prevê o tempo da pena!
Não é possível o Empreendedor ficar recluso do Sistema quando já tenha pago sua pena de ficar anos e anos fora do Sistema Formal de Crédito! E é o que vem acontecendo em sua maioria.
Não estou defendo os 171, “os Fraudulentos, os Conversas Fiadas, os Estelionatários, os Falidos Contumazes, os Corruptos e Corruptores”, esses e outros têm ou deveriam ter o limite e peso da Lei. Estou falando de pessoas de bem e do bem que merecem uma nova oportunidade de Contratar Captação de Recursos via Mercado Formal. 
A boa notícia é que mesmo timidamente alguns Fundos já começaram a perceber a importância de Avaliar a Qualidade e não somente a Quantidade dos Restritivos, mas infelizmente os Bancos em sua unanimidade ainda não!
Esse segmento apesar de pequeno vem sinalizando positivamente na revisão de alguns conceitos e práticas, e oxalá possa contribuir também para elaboração de leis que atendam as expectativas de um Mundo mais Cooperativo e Inclusivo.
Se esta realidade se estabelecer e for ampliada de agora por diante, será que teremos dúvidas em afirmar que os Fundos serão os Bancos do Futuro?

 

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

UM NOVO MÍNIMO HISTÓRICO PARA TAXA SELIC

Por Eduardo Fernandes da Paz



O Banco Central anunciou nessa quarta-feira o nono corte consecutivo da taxa básica de juros, que caiu de 8% para 7,5% ao ano, novo mínimo histórico. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC deixou aberta a possibilidade de nova redução da Selic na sua reunião de outubro, mas o ciclo de corte pode se encerrar caso a economia apresente sinais mais claros de recuperação. Se o cenário indicar a necessidade de mais um corte, ele deve ser menor.
A decisão já era esperada pela maior parte do mercado financeiro. O comunicado divulgado junto com o anúncio reforçou, por um lado, as apostas de mais um corte de 0,25 ponto porcentual daqui 40 dias, como mostravam ontem os contratos de juros negociados na BM&F Bovespa. Mas alguns analistas consideram que há sinais de um provável fim das reduções da Selic.
Em nota, o BC informou que a decisão de sua diretoria foi unânime. Disse ainda que os cortes já realizados se refletem, em parte, na recuperação "em curso" da atividade econômica. Por isso, entende que, se o cenário econômico "vier a comportar um ajuste adicional" nos juros, "esse movimento deverá ser conduzido com máxima parcimônia."
Outro sinal de que o ciclo de redução da Selic está próximo do fim é que o BC retirou de seu comunicado duas frases que acompanharam as três decisões anteriores, que citavam a "fragilidade da economia global" e os riscos limitados para a inflação.
Até hoje, parte dos analistas também achava que o BC pode levar a taxa básica a 7% neste ano, se a economia brasileira seguir em ritmo lento, com possibilidade de crescimento abaixo de 2% neste ano.
Há ainda aqueles que projetam que o BC vai parar de cortar os juros neste ano para não ser levado a subir novamente a taxa no começo de 2013, quando crescimento e inflação devem ser maiores do que em 2012.
'Sinais'
O economista-sênior do Espírito Santo Investment Bank, Flávio Serrano, está entre aqueles que avaliam que este pode ter sido o último corte de juros do ciclo atual, se houver sinais mais fortes de recuperação e considerando novos estímulos anunciados pelo Ministério da Fazenda ao consumo e investimento.
"A gente tem expectativa de que atividade dê sinais melhores, com o setor industrial patinando um pouco, mas com serviços e emprego forte. E espera uma piora na inflação, que deve acelerar entre outubro e dezembro", disse Serrano.
A taxa básica de juros está em queda desde agosto do ano passado, quando o BC surpreendeu o mercado e começou a reduzir a Selic, então em 12,5% ao ano. Na época, a inflação ameaçava ficar acima do limite de 6,5% fixado pelo governo. A instituição avaliou, entretanto, que a crise internacional iria durar mais que o esperado e jogaria para baixo o crescimento e os preços.
Como a crise ainda traz incertezas e os números da economia brasileira mostram fraca recuperação, analistas mudaram nesta semana suas apostas para os juros nos próximos anos. A expectativa agora é que a taxa básica continue no mínimo histórico por mais tempo e só volte a subir no segundo trimestre de 2013. Os contratos negociados na Bolsa também mostram que a Selic deve continuar abaixo de 10% por pelo menos dez anos.

Poupança
A taxa média de juros ao consumidor, que estava em 46% há um ano, recuou para 36,5%, de acordo com o último dado do BC. Contribuíram para isso, não só a redução da Selic, mas, principalmente, a política dos bancos públicos de cortarem suas margens, seguindo orientação do governo.
Outro efeito direto para o consumidor da queda dos juros é a rentabilidade menor da nova poupança e de outros investimentos. Com o juro básico em 8% ao ano, os depósitos feitos a partir de 4 de maio na caderneta estavam rendendo 0,4551% ao mês, mais a variação da TR. Agora, a correção deve ficar em torno de 0,42%. Depósitos anteriores a essa data têm remuneração o garantida de 0,50% + TR.

Na minha análise, a atuação do Conselho do Banco Central confirmou a tendência da aspiral descendente da taxa Selic,  com descolamento do índice inflacionário e sem dar dimensões ao limite de crédito, bem como não aplicou o conservadorismo em relação a crise internacional. Quero acreditar que esse corte venha refletir diretamente para as pessoas físicas e jurídicas, onde essas últimas poderão ser beneficiadas com capital de giro e de investimento em um patamar que assegurem suas necessidades frente ao desafio do crescimento de base, que cria os grandes gargalos na economia brasileira, maximizando assim o Custo Brasil. 
Em relação a poupança, apesar de passar a remunerar menos continuará a ser a "queridinha" da acumulação popular, pois seu perfil permanecerá extremamente seguro e confiável.

Fonte: Agência Estado

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Agência de classificação de risco rebaixa rating de 8 bancos brasileiros



Por Eduardo Fernandes da Paz


A agência de classificação de risco Moody''s informou hoje que rebaixou a nota de crédito de oito instituições financeiras brasileiras entre um e três graus, como parte de sua revisão global de todos os bancos com ratings mais elevados do que o rating soberano de seu país de origem.
"Nossa análise indicou que há poucas razões para acreditar que esses bancos estariam isolados a partir de uma crise da dívida do governo", justificou a Moody''s, em comunicado. "Mais especificamente, nós notamos uma significativa exposição direta desses bancos para os títulos do governo brasileiro, equivalente a 167% do capital de nível 1, em média."
A Moody''s rebaixou Banco do Brasil, Safra, Santander e HSBC Bank Brasil - Banco Múltiplo ao nível do rating de crédito soberano do Brasil, ou seja, o grau de investimento Baa2.
Bradesco, Itaú Unibanco e o banco de investimentos do Banco Itaú BBA foram rebaixados em um grau acima do rating soberano, porque possuem fatores que ajudam a mitigar os riscos, incluindo níveis moderados de diversificação transfronteira e altos níveis de negócios e diversificação de resultados, apesar de, em geral, possuírem altos níveis de participação na dívida soberana.
Banco Votorantim foi rebaixado em um grau abaixo do nível do rating da dívida soberana brasileira para refletir o mau desempenho financeiro do banco, incluindo a fraca qualidade e rentabilidade dos ativos e as perspectivas de desafios constantes para a sua solidez financeira. As informações são da Dow Jones.
Na minha análise, a Classificação elaborada representa a leitura de um mercado em constantes mudanças e acomodações, como sempre, nada de novo nisso. Não que isso determine uma preocupação relevante em relação ao mercado interno, a não ser pelo quadro concreto do Votorantim, mas pode causar um pálido burburinho no externo, mas só a nível de especulação de pequena monta, e nada mais! 

Fonte: Últimas Notícias do Estadão

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Artigo: RIO +100, A CONFERÊNCIA DOS NOSSOS SONHOS!




Eu não ia escrever esse Artigo nesse momento, aguardaria encerrar os trabalhos da Rio+20 para me posicionar, mas em função da minha participação de perto e de longe, somado a minha preocupação com a construção de uma agenda que contenha matérias que atendam as expectativas ambientais como um todo, coisa que até o momento às 13:00 hs do dia 15/06/2012 não ocorreu, pois não conseguem chegar a um consenso. Olha que esse consenso trata-se de morte e vida, pois se o Planeta não aguentar nossas absurdas exigências, iremos sucumbir e perecer com ele, ou no mínimo deixaremos de avançar para retroagir enquanto Sociedade.  
Aos 83 anos e já em terras brasileiras, Mr. Strong é enfático: A cúpula não produzirá tantos acordos relevantes como produziu a Eco-92.     “A Rio +20 atrairá muita gente e muita atenção, mas questões políticas e econômicas vão dificultar que obtenhamos progresso. Não será dessa vez que veremos nascer novos acordos”, diz.
Já o pronunciamento ex-ministro do Meio Ambiente Rubens Ricúpero é o seguinte: A ciência traz evidências de que não estamos em uma situação muito confortável. No entanto, é alto o risco de que a Rio +20 produza um documento final fraco, sem objetivos concretos”.
O ex Ministro da Fazenda Delfim Neto tem uma visão pessimista dos avanços ambientais na Conferência.
Vejam só como as apostas estão baixas! Isso aumenta a nossa preocupação!
Então chegamos mais uma vez ao limiar da História Ambiental, como em outras ocasiões, mas aguardando que possamos atingir os objetivos estabelecidos, diferente dos anteriores e da vaticinação dos que tem expertise na área, que os patamares indigitados não foram atingidos na sua maioria, se não logrando uma derrota total (porque tivemos acordos importantes como mudança climática, biodiversidade e Agenda 21), também não alcançando uma vitória plena, o limite do insucesso parcial anterior não pode justificar ou refletir nos encaminhamentos e negociações para viabilizar o viabilizável, pois queremos e precisamos de mais, na verdade, mais.
Nesse Encontro de Nações afloram dois temas imperiosos, imprescindíveis, inquestionáveis e inevitáveis, tamanha sua importância, que é: A Sustentabilidade e a Economia Verde. Não dá mais para jogar para frente! Precisamos reconhecer que o tempo é o agora e não o amanhã, isso já foi dito por todos pensadores da área. É impossível pensar e agir como se ainda tivéssemos muito tempo, pois pode não haver o amanhã que sonhamos, mas, o amanhã que construímos, e é isso que preocupa a meio mundo!
Ao longo desses 20 anos, após ECO-92, contornar os caminhos ambientais corretos não foi à maneira mais sóbria e competente de enfrentar os problemas, pois os atalhos que buscamos percorrer nos levaram até onde estamos e não onde deveríamos estar.  
Sintetizando a Conferência de 92 que tinha como objetivo oficial o debate sobre os problemas ambientais gerados pelo modelo de produção e consumo, e propor medidas para minimização dos danos ecológicos global.
Em 2002, foi realizada a Rio +10, em Johanesburgo, África do Sul, com o alvo de fazer um levantamento dos avanços obtidos até então.
O tema central da atual Conferência é a transição para a Economia Verde, que propõe a adoção de um novo sistema produtivo, com base na baixa emissão de poluentes, na eficiência no uso dos recursos naturais e na erradicação da pobreza. O segundo tema mais importante que será discutido é a Sustentabilidade e depois podemos eleger a Governança Global, os outros não são menos importantes, mas com certeza virão a reboque dessas Super Estrelas Ambientais.
O Rascunho Inicial elaborado pelo Secretariado da ONU, popularizado como Rascunho Zero (Zero Draft), apesar das quase 6.000 páginas, com sugestões, propostas e inserções, pouco evoluiu no campo real, pois seu encaminhamento ficou extremamente limitado, é mole ou quer mais!?
A Proposta do ex-diretor da área de economia verde do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), da qual sou simpatizante, o economista indiano Pavan Sukhdev, com certeza soma-se as mais consistentes, democráticas e socialmente corretas, pois trata o ambiental com o produtivo e o social com o econômico. Ele propõe duas dimensões a serem consideradas, quais sejam: o Governamental e o Corporativo.
No Governamental, a priorização da elaboração dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, com base na tese da Colômbia e Guatemala. Os objetivos estão ligados a quatro setores estratégicos que são:
1) melhorar o bem-estar humano;
2) melhorar a distribuição de renda;
3) reduzir o risco ambiental; e
4) reduzir a escassez ecológica, com disponibilidade de água e solo de boa qualidade, principalmente para os pobres.
Os grandes articuladores aliam-se a Pavan para admitirem que caso essas proposições não prosperem será um grande fracasso para a humanidade.
No campo Corporativo, o grande avanço seria a divulgação das EXTERNALIDADES das Organizações, sejam elas pequenas médias ou grandes, de perfil local, regional ou global, isso quer dizer que as Empresas teriam que medir o tamanho do dano e ao mesmo tempo dos benefícios que estão causando com a atual matriz Negocial. Isso vai muito além das Ações Compensatórias e Mitigadoras.
Como é um processo que rompe com o conservadorismo tanto Estatal quanto Corporativo, temos que trabalhar todos em conjunto, inclusive e principalmente a sociedade civil, para mudar nossa maneira de pensar, propor e agir.
Mas importa nesse momento que com uma diplomacia atuante, em todas as áreas, possamos passar o sistema de Urgência/Urgentíssima que nos encontramos diante desse clima de incertezas, o que teremos como mecanismos inovadores e exequíveis do pós Rio +20.
Aproveito o contexto para parafrasear o saudoso Prof. José A. Lutzenberger, inclusive trazendo sua fonte original de digitação, quando sabiamente afirmou: “Está claro que a espécie humana não poderá continuar por muito tempo com a sua cegueira ambiental e com sua falta de escrúpulos na exploração da Natureza. Tudo tem seu preço, e, quanto maior o abuso, maior será o preço”.
E ainda farei um exercício de imaginação, tentando descobrir como o ilustre ambientalista se posicionaria em relação à Conferência que se desenvolve, creio que seria assim: “Não basta somente um clima de Rio +20, temos que ter um espírito de Rio +100, e mudarmos o que precisa ser mudado e consolidar o que precisa ser consolidado”!
Será que precisaremos de mais 100 Rio+20 para que nossos Sonhos Ambientais sejam realizados? 


Eduardo Fernandes da Paz
Diretor da EPZ Negócios Empresariais
Especialista em Direito Ambiental
Consultor em Planejamento Estratégico e Econômico Financeiro





sexta-feira, 4 de maio de 2012

NOVA REGRA PARA POUPANÇA


A nova fórmula para o cálculo do rendimento da poupança - se a Selic chegar a 8,5% ao ano - ainda não deve tirar a atratividade da aplicação na comparação com fundos de renda fixa.
O que deve ocorrer é que o estreitamento dos rendimentos das aplicações, com a queda da taxa básica de juros (Selic) indicada pelo governo, vai obrigar o correntista a comparar as taxas de administração para garantir o melhor ganho no fim do mês.
Na simulação com a taxa Selic a 8,5% ao ano e a nova regra da poupança, a maioria dos fundos de renda fixa é atrativa com taxas de administração de até 1%, segundo levantamento da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Mas, com a queda geral da remuneração dos investimentos, será necessário comparar mais as características de cada aplicação. 'Acima de tudo, vai começar a valer o prazo da aplicação com mais ou menos incidência de Imposto de Renda e também a taxa de administração', diz Miguel de Oliveira, vice-presidente Anefac.
A fórmula elaborada pelo governo prevê que já com a Selic a 8,5% ao ano a 'nova poupança' vai começar a render menos do que a poupança atual. Segundo cálculo do matemático José Dutra Vieira Sobrinho, também professor do Insper, o rendimento da poupança cairá dos atuais 6,53%para cerca de 5,95% ao ano. 'Para os fundos de renda fixa, caso as taxas de administração sejam superiores a 1%, eles tenderão a perder na comparação com a poupança. Isso joga a pressão nos fundos para que eles reduzam as taxas de administração.'.
Segundo Oliveira, da Anefac, o momento para o investidor é de barganhar e pesquisar qual a melhor forma de investimento. 'Se a taxa de administração for superior a 2%, o correntista deve negociar ou trocar de aplicação', diz Oliveira. 'É preciso pesquisar, ter paciência. Agora, a competição tende a ser maior.'
Também para ele, a nova fórmula para a poupança deve fazer com que os bancos acirrem a competição e, consequentemente, reduzam as taxas de administração dos seus fundos.
A recomendação do professor Samy Dana, da Fundação Getúlio Vargas, é que o correntista evite por enquanto as aplicações de renda fixa. Ele indica que o investidor coloque na ponta do lápis as novas tarifas e veja quais as vantagens de cada modalidade.
'O investidor precisa fazer as simulações e procurar entender os produtos financeiros. A gente passa uma revolução nessa mudança de taxa e cada vez vai ser mais difícil ganhar dinheiro fácil', afirma. 'A dica é a seguinte: não invista no que não saiba.'


terça-feira, 1 de maio de 2012

CAPITAL INTELECTUAL: O MAIS IMPORTANTE ATIVO DO MUNDO MODERNO



Antigamente de forma mecânica e superficial e com uma maneira elementar, preconizou-se a ideia temporal para classificar as Contas Patrimoniais. Aqui nesse espaço não me interessa esmiuçar a nomenclatura contábil que com perfil de aplicação matemático constituiu Ativos e Passivos, regidos pelo método das Partidas Dobradas, que segundo a literatura tem seu primeiro registro em Veneza em 1494, na obra do estudioso autor franciscano Luca Paciolo, apesar de não ter sido o inventor desse procedimento de registro foi o precursor na arte de expor e divulgar a matéria.

A proposta está em tentar discorrer como foi a evolução das mentes no processo dos Ativos Intangíveis (que compreende: conhecimento, patentes, marcas e etc...). Enfim, perceber a transição histórica do modelo empresarial antigo para o empreendedor atual, que criou sistemas e valores de pensar, e executar o que se pensou.

Nas páginas iniciais do Livro “A História da Riqueza do Homem”, de criação do Prof. Leo Huberman, temos contato com a explicação doutrinária sobre o que é e como funciona os fatores de produção, que são especificados como terra, trabalho e capital.  E podemos verificar como o somatório dos fatores evoluiu para atividades de produção, e continuou há evoluir cada dia mais e mais, até chegarem ao estágio em que estamos.

As empresas quantificavam exclusivamente seus lucros ou prejuízos em função do desempenho dos Ativos, uma visão hermética da época, independentemente de ser uma Indústria, Comércio ou Serviço, operavam seus registros igualitariamente guardados suas proporções. Posso até exemplificar: Lembra-se do Bar do Sr. Manuel, lá na esquina? Onde comprávamos balas, pirulitos e picolés. Pois bem! Era um nicho comercial. Recorde-se agora da fábrica do pai do Zezinho, amigo do colégio, era uma unidade industrial, que você junto com seus coleguinhas de sala foram visitar em uma tarde chuvosa e tomaram um saboroso chocolate quente com bolachas crocantes. E por último, o escritório de despachante do pai da Aninha, amiga da igreja, era um negócio de prestação de serviço, que naquela manhã ensolarada e quente foi oferecido para conter nossa sede e fome, aquele fantástico suco geladíssimo de melancia acompanhado de bolo gelado. Com certeza nós trazemos na memória até nossos dias esses ícones, muito mais em função do relacionamento pessoal e das guloseimas consumidas do que na verdade pelas atividades visitadas.  O cenário analisado aqui nesse parágrafo configurava o estilo antigo, onde as compras eram feitas de modo confuso, as vendas de forma empírica e os serviços de maneira limitada. Assim se comportava o Mercado na ocasião.

 Todavia quero registrar que não foi meu propósito ter contado essas histórias para desqualificar os atores da época, aliás, ao inverso, tiveram seu valor e esbanjaram méritos com capacidade apesar da discordância pontual e pessoal que tenho com o padrão de valorização do lucro selvagem em detrimento da sensibilidade do ser humano. Pois, entre outros, foi o ganho distorcido e rude lá de trás que provocou a germinação da selvageria dos três poderes da República que hoje vemos (aqui e por ai afora) com atuações escusas de nossos personagens ilustres, que se apropriam e alimentam-se dos recursos públicos para financiar suas vantagens pessoais e não sociais. Rechaçando assim, com intensa frustração a expectativa de moral, ética e competência com o trato da coisa pública, incorporando a roubalheira e o jogo sujo e tendo como aliados no escândalo nacional o bicheiro amigo do vereador, padrinho do senador, influente com o governador, parceiro do construtor, e sendo ainda o contraventor conhecido íntimo do ministro, delegado e do desembargador, que miscelânea espúria do privado com o público e do público com o privado. Desculpe o meu desabafo! Mas vamos voltar ao alvo do tema que propõe o Artigo.  Então retomando a análise, uma nova concepção foi apresentada após décadas a fio, que foi um fluxo de interação do capital humano, capital físico, capital de relacionamento, capital monetário e capital organizacional que, assim mesmo com esse avanço, ainda mantinha a inteligência subjugada desrespeitosamente ao conjunto de bens produzidos pelo homem, assim os Ativos Intangíveis (aquilo que não podiam ser vistos ou tocados) estavam massacrados pelos Ativos Tangíveis (aquilo que podiam ser visto ou tocados).

Mas a partir da década de 1980, vinculado ao trabalhar do Capital Humano, aflora o conhecimento de Capital Intelectual, que se consolida como forma de evidenciar e potencializar a força dos recursos não materiais (intangíveis).
E daí em diante coube à linha do tempo caprichosamente provar, inclusive com a ferramenta da informática misturado ao advento da globalização, que a construção do Capital Intelectual não era um modismo, mas sim uma constatação de uma realidade permanente, e que veio para ficar, com novos e surpreendentes modelos de Negócios, tanto reais como virtuais, e que nesse caso o ser humano é mais importante que a atividade desenvolvida, pois ele antecede a atividade (diferentemente da pergunta: quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?), além de desenvolvê-la e consolidá-la, pois essa atuação ditou as mais significativas transformações laborais, econômicas e financeiras dos últimos tempos. Então a Inteligência Corporativa, seja na Pequena, Média ou Grande Empresa, é sem sombras de dúvidas o mais importante ATIVO do Mundo Moderno, e que vai fazer toda diferença no resultado do Balanço Patrimonial das Organizações.

Quem sabe agora que o PENSAR COM INTELIGÊNCIA tornou-se reconhecido e referenciado no ambiente dos negócios, pela capacidade de fazer dinheiro em grande escala e consequentemente dar o lucro perseguido e necessário com respostas interessantes, primeiro nos Balancetes e depois no Balanço, então possamos de uma vez por todas colocar os trens nos trilhos, e desta forma flexibilizar o simples em complexo e o complexo em simples, e assim tornar coerente o incompreensível, e todos aceitarem que o SER HUMANO é mais importante que o TER HUMANO.

Mesmo precisando muito do ter (até porque não fiz voto de pobreza), não posso aviltar meu semelhante olhando-o sempre com a lente que o reflita como Adversário, Inimigo, Concorrente ou Subserviente!    


Eduardo Fernandes da Paz
Diretor da EPZ Negócios Empresariais
Especialista em Direito Ambiental
Consultor em Planejamento Estratégico e Econômico Financeiro
Blog: negociosdeimpacto.blogspot.com











sábado, 25 de fevereiro de 2012

GERAR EMPRESAS É DIVIDIR RENDA


Por Eduardo Fernandes da Paz




Após vários Planos Econômicos, alguns com falhas grosseiras e irreparáveis outros com acertos definitivos e incontestáveis, permitiram nosso aprendizado, mas não podemos deixar de registrar que a um custo elevadíssimo (onde gerações e mais gerações ficaram à beira do caminho). Os anos passaram, mas agora nossa economia se robusteceu. Apesar do tímido crescimento apontado pelos últimos números estampado no balanço final de 2011, sobre o desempenho da nossa Economia, contrariamente o índice inflacionário que bateu acima do teto da meta estipulada pelo Governo.


Acabou sendo um bom resultado, pois além de pontuar positivamente, outras nações antes intocáveis e hoje signatárias da crise despencaram da ponte e além de quebrarem a cara caíram em um mar com fortes ondas e estão em dificuldades para nadar ou quem sabe, boiar.
O Mundo Interligado mostrou as atuais fragilidades dos antigos tios ricos e as novas habilidades dos velhos sobrinhos pobres.
Os bacanas ficaram com os paradigmas obsoletos e os antigos pedintes do FMI fizeram o dever de casa, ministrando o antídoto correto para conjuntura adequada.

ESSE É O RECENTE ARRAIAL GLOBAL!

Entretanto, o planeta ainda está muito atrasado no quesito dividir ou democratizar RENDA, pois o sistema centralizador de riquezas oligopoliza Bens, Serviços e fundamentalmente Informações, ficando esses itens a mercê de alguns poucos patrões virtuais e reais.
Saber que o velho é do passado é fácil, o difícil e reconhecer que o novo mesmo vestido com outra roupagem e abordagem distinta, são antigos.
Venho me debatendo agarrado a essa tese: “O Mundo precisa gerar mais Empresas para gerar mais renda e conseqüentemente dividi-las melhor e maior”. Claro que essa proposição só se consolidará se compreendermos à EMPRESA através de um moderno modelo de Empreendedorismo, definido como:   Inovar Idéias,  Produtos, Serviços,  Informações e Valores.
Sinto que precisamos aprofundar as discussões sobre a aplicação de atividades diferenciadas daquelas já conhecidas tradicionalmente como sendo ações empresariais, assim abre-se um caminho para revisitar (é isso ai, essa é a palavra correta) o protótipo de Negócios Cooperativo, onde o ganho gerado é distribuído em razão da participação efetiva de cada um, que faz parte de um todo.
Olha, não estou aqui para desqualificar ou espancar as Empresas e os Empresários Conservadores, pois reconheço que se chegamos até aqui, foi mérito deles, então saibamos agradecer. Mas é imperativo que precisamos avançar em todas as vertentes, seja para norte ou sul, leste ou oeste.
De verdade, não tenho ilusão de o governo resolver todos os problemas da centralização da Renda em nosso País, ainda que venha atuando, mas, tenho um sonho de ver as organizações ampliarem ainda mais (e olha que já fazem bastante) sua contribuição direta e indireta para minimizarem distância entre CONCENTRAÇÃO  X  DISTRIBUIÇÃO, criando cada dia mais e mais novos postos de trabalhos. Mas para tanto precisamos de um conjunto de medidas, tais como:
  • Edição de Leis de Incentivos;
  • Regulamentação de Mercado;
  • Créditos de Baixo Custo Financeiro;
  • Educação Convencional e Técnica de Alto Nível e além de tantas outras...        


Precisamos de cabeças abertas para propor eficientes e eficazes mecanismos, e temos quadro empresarial de grande competência em nossa terra, que seguramente saberá nos guiar para essas novas fronteiras, que poderá auxiliar no equilíbrio da Renda, e em função disso a qualidade de vida de nossos colaboradores, estendendo-se a toda nossa população.
Pois à hora é agora, e não dá mais para esperar outro momento como esse para tomar medidas como essas!!!


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Eduardo Fernandes da Paz
Diretor da EPZ Negócios Empresariais
Especialista em Direito Ambiental
Consultor em Planejamento Estratégico e Econômico Financeiro
E-mail: fernandesdapaz@hotmail.com
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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

TAXA MUNDIAL DE EMPREENDEDORISMO



GEM 2010: maior número de empreendedores por oportunidade

O Brasil é o país que possui a maior taxa de empreendedores em estágio inicial entre os 17 países que participaram da pesquisa 2010
Desde 2003 os empreendedores por oportunidade são maioria no Brasil, sendo que a relação oportunidade X necessidade tem sido superior a 1,4 desde 2007. No entanto, apesar das condições macroeconômicas estarem favorecendo o empreendedorismo no Brasil, ainda é preciso evoluir significativamente nas condições ligadas às políticas de apoio ao empreendedor.

Entre os 17 países membros do G20 que participaram da pesquisa em 2010, o Brasil é o que possui a maior Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA), 17,5%, seguido pela China, com 14,4% e a Argentina com 14,2%. 

Essa é a maior TEA desde que a pesquisa GEM é realizada no país, demonstrando a tendência de crescimento da atividade empreendedora.

Nos países do BRIC, o Brasil tem a população mais empreendedora, com 17,5% de empreendedores em estágio inicial, a China teve 14,4%, a Rússia 3,9%, enquanto a Índia não participou da pesquisa nos últimos 2 (dois) anos. 

Sendo que, em 2008, a TEA da Índia foi de 11,5%. O que se observa no Brasil em 2010 é que o crescimento da TEA é resultado do maior número de empreendedores de negócios novos. Os empreendedores nascentes no Brasil mantiveram-se na mesma proporção que em 2009, permanecendo acima da média do período em que a pesquisa foi realizada. 

Oportunidade e necessidade
No Brasil, desde 2003 os empreendedores por oportunidade são maioria, sendo que a relação oportunidade X necessidade tem sido superior a 1,4 desde o ano de 2007. 

Em 2010 o Brasil novamente supera a razão de dois empreendedores por oportunidade para cada empreendedor por necessidade, o que já havia ocorrido em 2008. 

Em 2010, para cada empreendedor por necessidade havia outros 2,1 que empreenderam por oportunidade. Este valor é semelhante à média dos países que participaram do estudo este ano, que foi de 2,2 empreendedores por oportunidade para cada um por necessidade.

Gênero
A mulher brasileira é historicamente uma das que mais empreende no mundo. Apenas em Gana as mulheres atingiram TEAs mais altas que os homens, entre todos os 59 (cinquenta e nove) países participantes da pesquisa em 2010.

Em 2010, entre os empreendedores iniciais, 50,7% são homens e 49,3% mulheres, mantendo o equilíbrio entre gêneros no empreendedorismo nacional. Entre os 21,1 milhões de empreendedores brasileiros, 10,7 milhões pertencem ao sexo masculino e 10,4 milhões ao feminino. 

Faixa etária
Em 2010, no Brasil todas as faixas etárias tiveram aumentos nas taxas de empreendedorismo. Verificou-se que a faixa etária que obteve a mais alta taxa é aquela que vai dos 25 aos 34 anos com 22,2%. 

Isto quer dizer que entre os brasileiros com idades entre 25 e 34 anos, 22,2% estavam envolvidos em algum empreendimento em 2010. Neste ponto o Brasil segue a mesma tendência dos grupos de demais países analisados, nos quais esta é a faixa etária que prevalece. 

Conclusões
Apesar das condições macroeconômicas estarem favorecendo o empreendedorismo no Brasil (notadamente ambiente mais estável, com inflação controlada e crescimento econômico), ainda precisa evoluir significativamente nas condições mais ligadas às políticas de apoio ao em- preendedor. 

O Brasil não apenas apresenta condições desfavoráveis sobre vários aspectos, mas notadamente no que tange a serviços governamentais e institucionais, como também está em desvantagem quando comparado com as condições oferecidas pelos demais países. 

Reforçando assim, a necessidade de se pensar em ações que de fato permitam que o potencial empreendedor dado pela conjuntura favorável do país seja plenamente aproveitado. 

Fonte: http://www.sebrae.com.br/customizado/estudos-e-pesquisas/temas-estrategicos/empreendedorismo

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

TAXA DE SOBREVIVÊNCIA DAS EMPRESAS NO BRASIL


No Brasil, são criados anualmente mais de 1,2 milhão de novos empreendimentos formais. Desse total, mais de 99% são micro e pequenas empresas e Empreendedores Individuais (EI). As micro e pequenas empresas são responsáveis por mais da metade dos empregos com carteira assinada do Brasil. Se somarmos a isso a ocupação que os empreendedores geram para si mesmos, pode-se dizer que os empreendimentos de micro e pequeno porte são responsáveis por, pelo menos, dois terços do total das ocupações existentes no setor privado da economia. A sobrevivência desses empreendimentos é condição indispensável para o desenvolvimento econômico do País. E todos os estudos no Brasil e no mundo mostram que os dois primeiros anos de atividade de uma nova empresa são os mais difíceis, o que torna esse período o mais importante em termos de monitoramento da sobrevivência. Há quase 15 anos, o Sebrae realiza pesquisas de campo para monitorar a sobrevivência dos novos empreendimentos. A partir deste trabalho, iniciamos uma nova forma de acompanhamento:  no lugar das pesquisas por amostragem, fizemos um estudo baseado em dados cadastrais de caráter censitário. Em parceria com a Secretaria da Receita Federal, o Sebrae elaborou metodologia própria que permite identificar, a partir da base de dados da Receita, o total de empresas que são criadas e as que encerram suas atividades antes de completar o segundo ano de atividade. Outra vantagem dessa metodologia é que o Sebrae passará a atualizar anualmente o estudo. Este trabalho mostra que as taxas de sobrevivência estão aumentando. O dado mais recente mostra que a cada 100 empreendimentos criados, 73 sobrevivem aos primeiros dois anos de atividade. A taxa supera a de países modelo do empreendedorismo, como a Itália.
O bom desempenho das empresas brasileiras resulta, dentre outros fatores, de um esforço conjunto do Sebrae com as demais instituições da sociedade, seja melhorando o ambiente onde estão inseridos esses negócios, seja por meio da ampliação do atendimento direto dos empresários de micro e pequenos empreendimentos. Nesse sentido, são exemplos, os quase 3,3 mil municípios que já implantaram a sua própria Lei Geral municipal e os quase 1,3 milhão de empresas que o Sebrae tem como meta de atendimento para 2011. Muito já foi feito para melhorar as condições dos empreendimentos de micro e pequeno porte no Brasil, no entanto, muito ainda é possível realizar para melhorar os índices de sobrevivência desses empreendimentos. E o monitoramento desse processo é essencial para verificar se os esforços que estão sendo feitos estão gerando, de fato, os resultados desejados, que são a competitividade e o desenvolvimento sustentável das micro e pequenas empresas brasileiras.

Resultados das taxas de sobrevivência das empresas no Brasil

Tomando como referência as empresas brasileiras constituídas em 2006, a taxa de sobrevivência das empresas com até 2 anos de atividade foi de 73,1% . Esse nível de sobrevivência foi superior à taxa das empresas com até 2 anos, no grupo das constituídas no ano anterior (71,9%), qual seja, de empresas constituídas em 2005. Como a taxa de mortalidade é complementar à da sobrevivência, pode-se dizer que a taxa de mortalidade de empresas com até 2 anos caiu de 28,1% para 26,9%, quando comparadas as empresas constituídas em 2005 e 2006. Sob o ponto de vista setorial, no mesmo período, a evolução da sobrevivência foi positiva para todos os grandes setores: indústria, comércio, serviços e construção civil. A taxa de sobrevivência da indústria cresceu de 74,8% para 75,1%, a do comércio cresceu de 72,2% para 74,1%, a taxa de sobrevivência das empresas do setor de serviços subiu de 71,3% para 71,7% e a da construção civil, de 62,6% para 66,2%. Assim, verifica-se que a sobrevivência é maior entre as empresas do setor industrial. Uma possível explicação pode ser a de que neste setor são maiores as barreiras à entrada (requisitos de capital e tecnologia são proporcionalmente maiores) para o ingresso no setor e onde tende a haver menor pressão da concorrência. No outro extremo, as empresas do setor de construção civil apresentaram as menores taxas de sobrevivência. Não obstante isso, tais empresas registraram uma evolução mais expressiva entre os dois períodos de comparação. Uma possível explicação para a menor sobrevivência na construção civil pode estar relacionado à maior facilidade de ingresso nessas atividades, atividade essencialmente intensivas em mão-de-obra e que, em geral, requerem comparativamente menor nível de qualificação da mesma. Portanto, são menores as barreiras à entrada e maiores as pressões da concorrência nesse setor. Por regiões do país, verifica-se que a taxa de sobrevivência é maior na região sudeste (76,4%), única região que apresenta taxa de sobrevivência superior à média nacional (73,1%). Na seqüência, vêm as regiões sul (71,7% de sobrevivência para empresas com até 2 anos), nordeste (69,1% de sobrevivência), centro-oeste (68,3%) e norte com taxa de sobrevivência de 66%. De forma   complementar, as taxas de mortalidade de empresas com até 2 anos são respectivamente: 23,6% no sudeste, 28,3% no sul, 30,9% no nordeste, 31,7% no centro-oeste e 34% no norte. Como as empresas do setor industrial apresentam taxas de sobrevivência mais elevadas, em parte, isso ajuda a explicar o melhor desempenho relativo das regiões sudeste e sul, onde é maior a presença de empresas industriais. No sudeste, por exemplo, que concentra quase metade das empresas industriais do país (SEBRAE/DIEESE, 2010), a taxa de sobrevivência das empresas industriais chega a 79,6%, contribuindo para o melhor desempenho médio desta região, em termos da taxa de sobrevivência das empresas. Entre as Unidades da Federação, verificam-se taxas de sobrevivência muito diferentes. Dez Unidades da Federação apresentam taxas de sobrevivência de empresas com até 2 anos superiores à média nacional. São destaques os estados Roraima, Paraíba e Ceará, com taxas de sobrevivência próximas a 79%, seguidos por Minas Gerais (78%), São Paulo (77%) e o Distrito Federal (75%). Dezessete Unidades da Federação apresentam taxas de sobrevivência inferiores à média nacional. Os estados de Pernambuco, Amazonas e Acre são os que apresentam taxas de sobrevivência mais baixas, com 58%, 59% e 60% de taxa de sobrevivência para empresas com até 2 anos, respectivamente. De forma complementar, as taxas de mortalidade por Unidade da Federação variam de 21% em Roraima, até 42% no estado de Pernambuco. A taxa de sobrevivência evoluiu positivamente para a maioria das regiões e estados . Mesmo, onde a taxa de sobrevivência apresentou alguma redução, em geral, tais reduções não foram expressivas. Entre as regiões, apenas a região Nordeste apresentou queda na taxa de sobrevivência, de 69,6% para 69,1%, na comparação das empresas constituídas em 2005 e 2006. Nessa região, três estados apresentaram redução na taxa de sobrevivência (BA, PE e RN). Nas demais regiões (N, SE, S e CO), houve aumento na taxa de sobrevivência das empresas com até 2 anos. Nessas regiões, apenas os estados AM, GO, PA, RO e RJ apresentaram redução na taxa de sobrevivência, no período aqui analisado. Em 20 Unidades da Federação (AC, AL, AP, CE, DF, ES, MA, MG, MS, MT, PB, PI, PR, RJ, RR, RS, SC, SE, SP, TO) houve aumento da taxa de sobrevivência.  Assim, entre as empresas constituídas em 2006, a maior taxa de sobrevivência foi registrada nas empresas do setor industrial, no Estado da Paraíba (85,4% de sobrevivência para empresas com até 2 anos). Já a menor taxa de sobrevivência de empresas com até 2 anos foi registrada no setor de construção civil, no estado do Amapá (46,9%). Este relatório tem como objetivo apresentar os resultados da nova metodologia de cálculo da taxa de sobrevivência das empresas no Brasil, desenvolvida pelo Sebrae, a partir do processamento das bases de dados da Secretaria da Receita Federal (SRF). Após descrever as experiências dos trabalhos anteriores sobre o assunto, elaborados pelo IBGE, BNDES e pelo próprio Sebrae, foi apresentada a nova metodologia proposta pelo Sebrae, assim como os resultados a que se chegou no âmbito nacional, das grandes regiões, dos unidades da federação e dos setores de atividade. Ao contrário dos anos anteriores, em que a instituição utilizou pesquisa de campo para realizar estudos sobre a sobrevivência de empresas, neste relatório, fez-se uso do processamento e análise das bases de dados cedidas pela SRF. Foram calculadas taxas de sobrevivência para empresas com até 2 anos de atividade, tendo como referência para os anos de constituição as empresas criadas nos anos de 2005 e 2006. Para análise da sobrevivência, procurou-se identificar a situação cadastral dessas empresas em quatro bases. Para as empresas criadas em 2005, foram utilizadas as bases da SRF de 2005, 2006, 20007 e 2008. Para as empresas constituídas em 2006, foram utilizadas as bases da SRF de 2006, 20007, 2008 e 2009. A necessidade de fazer uso de 4 bases para o cálculo das taxas de sobrevivência se deve ao fato dos registros de uma empresa poderem surgir com alguma defasagem nas bases analisadas. Por exemplo, o registro de constituição de uma empresa
criada em 2006 pode aparecer apenas nos anos seguintes. Há também um número não desprezível de empresas que deixa de declarar seu Imposto de Renda de Pessoa Jurídica em determinado ano, voltando a fazê-lo nos anos seguintes (ou entregá-las com atraso). Assim, as taxas de sobrevivência são relativas a 2 anos de atividade, mas utiliza-se para seu cálculo 4 bases de dados para identificar a situação de cada empresa: a mesma base do ano de constituição, mais as bases dos três anos seguintes à sua constituição. Como resultado, verifica-se que, a taxa de sobrevivência das empresas constituídas em 2006 foi de 73,1%, nível superior ao verificado no grupo das empresas constituídas em 2005, cuja taxa de sobrevivência foi de 71,9%. Embora o estudo não capte as razões da melhora nas taxas de sobrevivência, a tendência ao aumento da sobrevivência aqui identificada está em sintonia com os avanços verificados tanto no âmbito dos negócios (p.ex. com tendência à melhora na legislação em favor das MPE), quanto no que diz respeito à evolução das características dos próprios empreendedores brasileiros (p.ex. aumento da escolaridade e dos esforços de capacitação). O estudo apontou também que as taxas de sobrevivência são maiores no setor industrial, seguidas pelo comércio, serviços e construção civil. Para as empresas constituídas em 2006, as taxas de sobrevivência de empresas com até 2 anos nestes setores foram, respectivamente, 75,1%, 74,1%, 71,7% e 66,2%. Os melhores índices de sobrevivência das empresas da indústria parecem estar  relacionados aos requisitos de capital e tecnologia, que tendem a ser proporcionalmente maior nesse setor, o que reduz a entrada de concorrentes e a pressão concorrencial. Situação inversa parece ocorrer no setor de construção civil. Os menores requisitos de capital e tecnologia, em especial no grupo das empresas de micro e pequeno porte, implicam maior facilidade de ingresso no mercado e maior pressão concorrencial. Na comparação das empresas constituídas em 2005 e 2006, verifica-se que em 20 Unidades da Federação houve aumento da taxa de sobrevivência de empresas com até 2 anos. Em apenas 8 Unidades da Federação houve queda, e onde houve queda da sobrevivência, em geral, tais reduções não foram expressivas. Quando comparados os resultados deste trabalho com as taxas semelhantes calculadas pela OECD, para 12 países, verifica-se que a taxa de sobrevivência de empresas brasileiras constituídas em 2005 (71,9%) é superior, por exemplo, às taxas de países como Holanda (50%), Itália (68%) e Espanha (69%) e é inferior às taxas do Canadá (74%), Estônia (75%) e Luxemburgo (76%). As taxas aqui  calculadas não são totalmente comparáveis às calculadas pela OECD, porque aquela instituição considera apenas as empresas com empregados, ao passo que no estudo do Sebrae também são considerados os empreendimentos com “zeroempregados”, conduzidos apenas pelos próprios donos. Embora haja essa diferença em termos de metodologia, os resultados aqui calculados se mostram muito próximos aos calculados pela OECD. Este trabalho apresenta uma experiência piloto de cálculo da taxa de sobrevivência de empresas, a partir da base de dados da SRF. Espera-se, nos próximos anos, aprofundar essa experiência e prosseguir no processo de aperfeiçoamento da metodologia aqui utilizada. A medida que esse método se consolide, será possível elaborar indicadores com menor grau de defasagem temporal. Isso será possível, por exemplo, se o uso de 4 bases de dados puder ser substituída pelo uso de 3 bases de dados, a medida em que se verifique uma melhora na qualidade do cadastro utilizado. Outro exemplo de perfeiçoamento a ser perseguido será trabalhar com um maior grau de detalhamento das informações, por exemplo, com o uso de um número maior de aberturas regionais e setoriais. Finalmente, um possível avanço adicional esperado para os próximos anos é a possibilidade de elaboração de índices de sobrevivência, não apenas para empresas com até 2 anos, mas também para outros graus de longevidade (p.ex. para empresas com até 1 ano, para empresas com até 3 anos, etc.) Assim, este trabalho pretende ser o primeiro de uma série mais longa, de periodicidade anual, que permita monitorar a sobrevivência das empresas no país.


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FONTE: SEBRAE Estudos e Pesquisas
SEBRAE-SP (2010), “12 Anos de Monitoramento da Sobrevivência e Mortalidade de Empresas”.
São Paulo, mímeo, agosto/2010.
http://www.sebraesp.com.br/TenhoUmaEmpresa/Biblioteca/OutrosConteudos/EstudosEPesquisas/MortalidadeDasEmpresas/Paginas/MortalidadeDasEmpresas.aspx#bottom
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sábado, 7 de janeiro de 2012

ARTIGO: SÃO 200 MILHÕES DE DESEMPREGADOS!

Por Eduardo Fernandes da Paz





Aproveitei o feriado de 15/11/2011 (Proclamação da República) para refletir sobre o Desemprego pelo mundo afora e o seu aprofundamento em consequência da crise americana e européia.
Foi noticiado, mas pouco comentado em razão da grandeza e importância do tema, pois foi assim que assimilei a divulgação da última estatística sobre o crescimento do Desemprego e o afunilamento de Postos de Trabalho.  
Vocês tinham idéia de que são aproximadamente 200 MILHÕES DE DESEMPREGADOS? Na verdade eu não tinha!
Pois existe uma maquiagem de “mercado aquecido” internamente que nos faz minimizar à primeira vista, a quantidade de Irmãos nossos que estão na rua da amargura pelas esquinas globalizadas.  
A fonte de dados é conhecida e reconhecida por todos, veio da OIT (Organização Internacional do Trabalho) juntamente com a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que externaram a pesquisa, então resolvi nominar o banco de informação para não deixar que paire qualquer sombra de dúvida sobre a seriedade dos números.
Nesse caso, não é necessário ter diploma de Economista, só bom senso para entender que a crise contamina a todos!