Penso que diferente de quase todas as atividades, excluindo também o agronegócio, os Bancos tem sido implacáveis com seus lucros e com seus Clientes, principalmente as PJ’s, Micros e Pequenas, mas esses de uma forma devastadora, só querem abanar aqueles que não precisam de vento (vento leia-se crédito).
Peço desculpas ao leitor, mas infelizmente vou ter que me estender além do que gostaria, para dar o sentido de inteireza do texto em relação ao contexto.
Inicia o Jornal do Brasil em matéria sobre o lucro dos Bancos, propondo uma comparação dos balanços consolidados de instituições bancárias latino-americanas - Argentina, Chile, México e Colômbia - e da Austrália, país que frequentemente é citado como exemplo de qualidade na gestão de sua supervisão bancária. A análise é pertinente para avaliar se os bancos brasileiros têm taxa de retorno anormal e se são expressivamente superiores às encontradas em instituições congêneres internacionais.
No período compreendido entre os anos de 2001 e 2016, o Chile é o país com a maior rentabilidade na amostra e o que apresenta a menor dispersão, ou seja, é onde o resultado é mais estável. Na média, o retorno observado sobre o Patrimônio Líquido foi de 18,08% ao ano para o período. Em seguida, estão os bancos brasileiros (17,04% a.a. no período) e, por último, os da Argentina. Os bancos argentinos, assim como os australianos, na média ganham menos, mais ocasionalmente ganham bem mais e sua rentabilidade flutua muito. O desvio padrão – medida que dá ideia dessa oscilação – está apresentado na tabela, e conclui assim o veículo jornalístico, citado no rodapé.
Não que eu seja simpático a algum sistema que ataque o lucro, pois reconheço que ele é a força motriz do capital, mas o lucro não deve ser a única medida de sucesso das empresas, até porque em última análise pode ser selgavem e/ou escorchante, ainda mais no nosso caso concreto que diante de uma das piores crises econômica e financeira (sem adicionar a social), atingiu em cheio e derreteu grande parte do parque de pessoas jurídicas e físicas nestes últimos tempos; não tem cabimento a expansão dos ativos desses banqueiros na atual proporção; É crise ou não há crise? Quem vai ficar em pé para pagar a conta?
Ah! Sim esqueci. É crise para uns e oportunidades para outros (essa palavra anda até sendo usada erroneamente como sinônimo de competência, resiliência, assertividade, entre outros... Mas na clareza da realidade sabemos que não é bem assim). Pois geram chances, via de regra, quem tem capital para investir. E tem oportunidades aqueles que se preparam melhor, na generalidade, em uma Nação que existe um fosso educacional de conteúdo de saber entre privado e o público. Exceção a ser registrada nas Universidades Públicas, que terão assento aqueles que criaram maior musculatura intelectual nas Instituições privadas competentes, mas, caras e inacessíveis aos pobres Joãozinhos das Couves. Claro, existe uma ínfima curva fora do eixo, mas esses são os geniosinhos, que já vieram com esse brilhante presente de Deus com suas inteligências diferenciadas.
Mas voltando ao ponto de análise, como pode essas poucas pessoas ganharem tanto, em detrimento de muitos estarem perdendo ou ganhando tão pouco (Ahh! Os simplistas irão explicar: Desde que mundo é mundo uns perdem para outros ganharem) Não precisa ser Economista ou Administrador de Empresas para perceber que muitas empresas e pessoas estão na "bacia das almas".
Até pararam de divulgar as estatísticas de inadimplentes...
Vocês acreditam mesmo que são apenas 12milhões e 700 mil desempregados?
Respondo! Depende da metodologia adotada...
Mas se usarem a que deve ser aplicada, esse número deve dobrar, no mínimo!
Atuo em Consultoria Empresarial e sinto, pessoalmente, todos os dias, o desespero e desesperança dos micros, pequenos, médios e pasmem até grandes Empreendedores. Sabe por quê? Não tem conseguido honrarem seus compromissos. Uma das causas é o Sistema Bancário que não permite, por falta de uma análise qualitativa fundamentada, e não só quantitativa, o realinhamento do perfil da dívida ou a captação de crédito novo dentro de um percentual exequível para cada segmento (registro que sou a favor e tenho defendido de unhas e dentes a ideia do Exame Cadastral, em espécie com ingrediente Qualitativo). Ou quando fazem, elaboram operações impagáveis! (eles sabem disso). Como podemos concluir que um empresário é mal pagador se teve conta por 05, 10, 15, 20 ou 30 anos em um mesmo Banco, com sua situação cadastral completamente regular, quitando pontualmente suas obrigações como tomador ou em operação normal, e depois desse lastro de relacionamento, simplesmente recebe um não para o realinhamento possível ou como tomador de novos recursos? Será que essa PJ ou PF é desonesta e mal pagadora?
Claro, existem muitos aventureiros, fraudadores e estelionatários (enfim, esses dois últimos “na gíria popular 171”), mas também concorrem muitas pessoas do Bem e de Bem, que geram emprego e renda, mas em razão dessa crise e de tantas outras, são colocadas para escanteio, fora do fluxo formal de empréstimo ou de uma renegociação que não tenha o espírito selvagem, mas é bom frisar, continuam a pagar as tarifas e contrapartidas muitas vezes pesadas da Rede Bancária, e ainda terem que se socorrer em meios informais.
Olha! Não escrevi esse texto somente para denunciar ou reclamar sem apresentar uma proposta, como sempre tento fazer, e sobre esse tema tenho realizado com recorrência, pois sei da complexidade e da responsabilidade que como pessoas e profissionais devemos ter diante desse assunto.
Entendo que o sistema bancário não está enfrentando nenhuma disruptura em qualquer nível, muito pelo contrário, estamos com uma inflação controlada, logo o Governo Federal via BC poderia reduzir o percentual do Depósito Compulsório (pois essa ferramenta de política monetária ajuda controlar a retirada ou entrada de dinheiro no mercado), e desse percentual minimizado obrigar por normatização administrativa, que esse “quantum” fosse aplicado exclusivamente na renegociação (realinhamento) do perfil da dívida e novos créditos (dinheiro novo) para micros e pequena empresas, que de verdade não tem como se habilitar em captar recursos junto ao BNDES, pois falta estrutura e musculatura para tal, na maioria das vezes.
Estou seguro que seria um mecanismo de expansão do crédito para quem mais emprega e gera renda nesse País, e que estão com grandes dificuldades de manter o nível de empregabilidade, quiçá manter-se em pé, pois a receita está carcomida e despesa cada dia renovada.
Então, Dessa Forma, Assim Sendo, Contudo, como poderemos querer Empregos sem Empreendedores? A sociedade não pode continuar convivendo com lucros em seu grande volume setorizados via serviços ou produtos muito concentrados e direcionados, sem falar na corrupção privada e pública. Quero crer que a real Distribuição de Renda é uma agenda a ser enfrentada. Até porque, a base precisa ser corrigida e a escala ampliada do emprego no Brasil. Pois não se cresce sem consumo, e não se consome sem renda (fundamento básico de economia).
Nessa Esteira, vale refletir se os Bancos devem ter um papel de verdadeiros parceiros ou se somente de uma entidade com apetite voraz (com uma nuvem de fumaça de responsabilidade social, pois patrocinar a "Globo via Luciano Huck e Jogos Televisionados" e diversos programas, bem como outros canais de comunição, não confere a ninguém o selo de comprometimento social), levando a concluir que esse último é uma lógica perversa do capital.
Não se pode enfrentar a Violência somente com Segurança e principalmente sem Saúde, Educação e Empregos!
Chega de discursos em favor do mundo empresarial brasileiro, precisamos na verdade de boas práticas reais e consolidadas, que priorize o setor, entre outras medidas, com crédito barato para novos investimentos e principalmente o equacionamento das dívidas em aberto, claro com toda responsabilidade e educação financeira.
Agora com a Palavra o Micro e Pequeno Empreendedor ou ainda, quem se habilitar!
Fonte:http://www.jb.com.br/o-outro-lado-da-moeda/noticias/2018/03/02/grandes-bancos-grandes-negocios-iv/
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