A definição formal de presente amparada no dicionário
hodierno da língua portuguesa é, entre outros: “aquilo que se oferece com
intento de agradar, retribuir, ou fazer-se lembrado, ou ainda e principalmente,
é o conceito de brinde, dádiva, lembrança, mimo e regalo.”
Vamos nos ater a parte final da definição que é aquela, que fala de mimo,
regalo, dádiva ou brinde.
O governo brasileiro nos últimos dias editou uma medida que teve por objetivo
taxar com um índice extremamente maior as importações de automóveis que não são
produzidos e/ou montados aqui no nosso país.
Fiquei me perguntando o que essa medida traria de benefícios concreto para
economia brasileira, além de proteger o mercado nacional!?!
Foi depois de tantas idas e vindas de questionamentos, cenários e elucubrações
tanto econômicas como sociais, que consegui ficar sem entender ainda mais a
oportunidade do mecanismo adotado da forma que o foi. Senão vejamos: vamos
importar do Mercosul e do México sem a nova taxação, muito bem, parabéns!
Em tese vamos fortalecer o Mercosul e nos aproximarmos no campo comercial e
diplomático do México (um país estratégico, até pela sua geografia e economia,
lembrando que ele, sempre pendeu para os estados unidos, pelos seus laços
históricos e de conveniência, pois ficar do lado do mais forte em uma briga
sempre é muito cômodo, não é verdade?). Só que a realidade atual é outra, o
forte já não está tão vigoroso assim como antes, seu mercado consumidor
atravessa graves problemas (desde a crise das hipotecas) porque seu mercado de
trabalho está em queda livre, mesmo que seja momentaneamente, mas essa que é a
realidade.
Não estou aqui para falar mal dos mexicanos, pois eles não tiveram culpa de
nada, somente irão receber os frutos e benefícios da bobeira que o brasil deu,
pois não podemos esquecer que o mundo hoje é global, logo se perco ali, ganho
aqui e invisto lá, esse é o mercado. E o México com certeza irá se aproveitar
aumentando seu nível de empregabilidade na indústria automobilística, pois irá
exportar mais carros para o brasil.

Quanto ao Mercosul, eu particularmente acredito no funcionamento dos grupos
regionais e da obtenção de benefícios mútuos. Mas, tenho dúvidas de um bloco
econômico que desde sua criação contribuiu com mais discursos que ações
práticas para o povo da América Latina, isso me faz relembrar uma máxima que
observa que as vontades fracas traduzem-se em discursos e as vontades fortes em
ações!
Somado a esse raciocínio, constato que o brasil vai a côrte internacional do
comércio (OMC) denunciando subsídios e sobretaxas, e paradoxalmente imprime o
mesmo método, diferenciando-se somente no produto.
Preocupa-me muito como a indústria nacional irá receber esse presente, se como
um incentivo ou se como uma acomodação, pois graças a deus que os tempos das
carroças já passaram e com ele, a dos cocheiros que se aproveitavam da falta da
concorrência globalizada.
Falei, falei, mas não externei minha proposta, assim vai parecer que só quero
apontar erros, mas não é isso! Então fica ai meu norte sobre o tema: creio que
seria uma singela diretriz que poderia desimpactar esse imbróglio, ou seja, que
se elaborasse prudentemente uma norma, que desse um prazo para que às fábricas
de carros importados comercializados no brasil implantassem suas unidades fabris
aqui, e caso isso não ocorresse dentro do lapso temporal estabelecido, ai sim
seriam taxadas pra valer, pois com certeza as indústrias correriam para
planejarem seus sites aqui na nossa terra. E como consequência teríamos mais
empregos e os carros que chegam de fora teriam mais garantias de peças e
assistência técnica, além de promover uma melhor qualidade dos carros, todos
nós ganharíamos, o governo arrecadando mais, o povo tendo oportunidade de mais
empregos e pagando por carros melhores e mais baratos e por último, e não menos
importante, a indústria automobilística afinando sua competitividade (porque
hoje é sua força motriz).
Meus compatriotas, eu também tenho uma visão e sentimento nacionalista, pois
trago o brasil no meu coração, mas já estou cansado dos contos das carochinhas
e dos irmãos metralhas (pois são muitas e muitos).
Cadê a reforma tributária?
Cadê os incentivos as pequenas e médias empresas?
Cadê os recursos e investimentos da saúde e da educação? Cadê, os tantos
cadês???????????????????????????????????
De verdade só aguardo que essa medida não seja um presente de natal antecipado
para as montadoras e nem um presente de grego para os consumidores!
Porque se depender da administração pública é receita do seu bolo como sempre
(visualize o impostômetro que atingiu a marca de 1 trilhão há alguns dias atrás
e ontem foi publicado a projeção da arrecadação para a administração pública no
próximo exercício que deve chegar também na casa do trilhão) a sua competente
máquina arrecadadora que atinge novas e maiores metas de arrecadar... Arrecadar
mais... E arrecadar muito mais... Taxas e impostos, mas não oferece os serviços
adequados para comunidade brasileira!
EDUARDO FERNANDES DA PAZ.
Diretor da EPZ Negócios Empresariais
Especialista em Direito Ambiental
Consultor em Planejamento Estratégico e Econômico Financeiro
E-mail: fernandesdapaz@hotmail.com
-------------------------------------------------
Nenhum comentário:
Postar um comentário