domingo, 22 de setembro de 2019

O CAPITAL RENTISTA SENDO UTILIZADO COMO MECANISMO DE DISTORÇÃO.


Inauguro registrando não ser um texto de direita, esquerda ou centro, ou de outras matizes. O objetivo é simplesmente uma reflexão de cunho econômico e financeiro e suas possíveis repercursões sociais.
Aprendi muito cedo na graduação de Administração de Empresas  nas matérias  Introdução à Economia I e II e Microeconomia (Teoria Econômica), alguns tópicos que me marcaram, tais como, os Pensadores Econômicos Clássicos, Contemporâneos e Modernos, pois o pós-modernismo ainda não havia chegado, até porque era entre as décadas de 70 e 80, por favor não façam as contas para tentar descobrir a minha idade...rs.
Lembro-me dos embates de teorias de viés marxista e capitalista, que ainda permanecem espalhados até hoje, por quase todas as áreas em razão de atos comissivos ou omissivos (como conceitua o Direito ), de cada olhar e prática das quais tenho muito respeito, pois vivemos em uma Democracia em aperfeiçoamento, pois ela é um processo complexo e dinâmico, que passa entre outros, pelo fortalecimento das Instituições, e isso só acontece com luta seja de que lado for, ou não foi sempre desse jeito?  
Mas vamos a questão de mérito porque essa sim não é perfumaria!
Poderia reforçar minha fundamentação em algumas literaturas clássicas e doutrinadores reconhecidos, usando as mais diversas fontes, mas trouxe uma fonte impressa atualíssima “Jornal Valor Econômico, 20/09/2019, Ano 20, Número 4841, Matéria escrita por Martin Wolf, Financial Times, traduzido por Raquel Warszawiski, que traz uma chamada na “primeira página” e aprofunda a matéria por toda página “A13.”
Ah sim!!! Todos deveriam ler para cada um tirar suas conclusões.
Quando li o registrado na sua totalidade, inclusive interpretando os gráficos, não tive como não me recordar do conceito de Acumulação (no sentido de Popupança Nacional), e também do Livro de HUBERMAN, Leo, A História da Riqueza dos Homens, 1981, Zahar Editores, que é um clássico da história moderna e era utilizado na minha época na matéria de Teoria Econômica, que depois revisitei na graduação de direito para comparar a ideia da sociedade firmada nos direitos e obrigações. Sublinho um pouco da Obra que registra o seguinte:
Prefácio (1936): “Este livro tem um duplo objetivo. É uma tentativa de explicar a história pela teoria econômica, e a teoria econômica pela história. Essa inter-relação é importante - é necessária. O ensino da história se ressente quando pouca atenção se dispensa ao seu aspecto econômico, e a teoria econômica se torna monótona, quando divorciada de seu fundo histórico”.
  
Interessante que para compreensão dos meios ou fatores de produção econômico ele os caracteriza e os conceitua, naquele lapso temporal e espacial em “terra, trabalho e capital,” o que fazia todo sentido.  
E vai pôr aí adiante descrevendo situações bastante interessante e infelizmente algumas extremamente constrangedoras, tais como:
“ CAP. 9 – “Homem pobre, mendigo, ladrão” (p. 97)”
“CAP. 10 – Precisa-se de trabalhadores: crianças de dois anos podem candidatar-se (p. 109)"
Voltando a matéria jornalística que ampara esse meu texto, as opiniões podem ser diversas, conflitantes e harmoniosas, acolhidas no todo, em parte ou espancadas e descartadas. Mas não dá para fazer vistas grossas e não concordar que o Capital Rentista provoca várias distorções no próprio sistema (pois sobra demais para alguns e falta muito para quase todos), essa é minha principal crítica, entre outras. Apesar de reconhecer a importância de Projetos Estratégicos honestos de Infraestrutura que visem retornos financeiros em bases éticas, sem serem super, hiper faturados ou corrompidos, e com benefícios de desenvolvimento, que advenham do investidor corporativo privado, em plano transparente, não tenho como discordar, e precisamos até incentivar, pois a crise econômica internacional dos Estados, logo do mercado global é uma realidade incontestável. Mas daí, vai uma imensa diferença fazer lucro vendendo dinheiro caro e espoliativo. Dessa forma, não se pode construir a nação que precisamos e queremos, mesmo estando esse capital em ambiente de natureza política e econômica liberal. Corremos o risco de a ética em sociedade ficar desprezada e os fracos ficarem ainda mais a margem da falta de dignidade humana, enquanto as forças dominantes políticas, econômicas, financeiras e intelectuais se locupletam por mecanismos diferenciados do que deveria ser distribuído como forma de serviços de qualidade e quantidade para população na sua integralidade!
Como compatibilizar um retorno tão elevado e direcionado do mercado finaceiro com o clamor dos desempregados, desconsolados, subempregados, ambulantes inseguros, entregadores com metas desumanas e etc...? 
A parte final do artigo estampado no periódico tem direção certeira, quando afirma:
“Corrigir isso é um desafio para todos, mas principalmente para os que comandam as empresas mais importantes do mundo. A maneira pela qual nosso sistema econômico e político operam tem de mudar, ou eles vão perecer.” (grifo meu).