
Para que iniciativas colaborativas sejam eficazes, é importante refletir sobre o que isso acarretará para todas as pessoas envolvidas. Isso começa com o mapeamento de parâmetros importantes: quem são os indivíduos com os quais precisa trabalhar? De que forma cada um contribui? Descobrir isso de logo no começo é fundamental. O próximo entrave é descobrir de que maneira as pessoas irão colaborar na prática, incluindo quais recursos estarão disponíveis para facilitar o processo.
A verdadeira colaboração envolve buscar organizações pouco convencionais com as quais sua empresa provavelmente nunca trabalhou. Se isso é algo que o deixa desconfortável e assustado, você provavelmente está no caminho certo.
Quando embarcar em novas parcerias, não se esqueça do seguinte:
Seja verdadeiro. Não fale de colaboração só por falar. Esteja ciente de que contar somente com a tecnologia pode levar as empresas a ignorar a importância de nutrir relações interpessoais. É difícil estabelecer uma química entre parceiros, mas esse pode ser o fio condutor que mantém o sistema inteiro funcionando.
Seja flexível. Até mesmo as melhores parcerias não duram para sempre. Crie soluções que funcionem mesmo que parceiros entrem ou saiam da colaboração.
Seja recíproco. Os parceiros não devem ter medo de conquistar verdadeiros valores comerciais por meio da colaboração, mas certifique-se de que as expectativas estejam claras para ambas as partes desde o princípio. Para uma empresa, esses valores comerciais podem incluir maior engajamento de funcionários, desenvolvimento de novos produtos, ou uma maior reputação corporativa.
Para resolver os grandes problemas do mundo, precisamos nos concentrar em inovações revolucionárias. Todos teremos um papel a cumprir caso essa revolução venha a acontecer.
(Paul Ellingstad é sócio e diretor de desenvolvimento de programas do grupo de Sustentabilidade e Inovação Social da Hewlett-Packard. Charmian Love é executiva-chefe da Volans, uma empresa voltada para o futuro, que trabalha na interseção dos movimentos de inovação, empreendedorismo e sustentabilidade.)
Quando a memória organizacional fica no meio do caminho
Vijay Govindarajan e Srikanth Srinivas
A memória organizacional pode atrapalhar sua empresa que, por conta disso, pode estar criando políticas obsoletas, pressupostos datados e produtos e serviços com desempenho baixo.
A memória organizacional também pode engessar os processos de planejamento, as estruturas organizacionais e as políticas de recursos humanos – e tudo isso pode se tornar um fardo para empresas que tentam mudanças estratégicas não lineares.
A Research in Motion sofreu com o peso da memória organizacional – a fabricante de celulares não conseguiu se livrar do teclado físico do BlackBerry, enquanto o resto da indústria adotou o touch screen. O mesmo ocorreu com a Microsoft – a empresa pensava no desktop como a principal forma de se fazer computadores, enquanto o restante do mundo escolhia aparelhos mais móveis.
Como empresas bem estabelecidas podem se livrar do fardo da memória organizacional?
Vamos ver como a Infosys foi capaz de fazer isso: no começo, a empresa fornecia apenas serviços de TI. Contudo, a Infosys percebeu que seus clientes mais exigentes se frustravam com a necessidade de trabalhar com diversas empresas de serviços ao mesmo tempo e com o falta de confiabilidade de todas elas. Assim, a Infosys percebeu que é na frustração que reside a chave para transformações não lineares. A multinacional percebeu que havia demanda por uma empresa que pudesse fornecer serviços de consultoria em gestão e redesign de operação, sem deixar de desenvolver, instalar e manter sistemas de TI.
Quando a Infosys decidiu se tornar essa empresa, percebeu que sua memória organizacional seria um fardo. Por isso, criou uma empresa paralela com equipes e processos diferentes. Ao fazer isso, a Infosys se concentrou em três áreas.
Estratégias. Ao invés de extrapolações lineares do passado por meio de análises de dados rigorosas, a empresa se concentrou em prever mudanças não lineares por meio da adição de opiniões não tradicionais, vindas de jovens e de grandes clientes.
Responsabilidade. Ao invés de se concentrar em entregas no prazo e dentro do orçamento, a Infosys passou a se concentrar na experimentação disciplinada com ênfase no aprendizado rápido.
Design organizacional. Ao invés de tentar otimizar a colaboração por meio de especificações de trabalho, processos e design organizacional, a Infosys criou equipes especiais com uma boa dose de 'gente de fora' para questionar pressupostos.
Como resultado dessa transformação bem sucedida, a Infosys cresceu 25 vezes entre 2000 e 2010, passando de 200 milhões para 5 bilhões de dólares.
Se você sentir que grandes mudanças não lineares estão prestes a ocorrer no mercado, lembre-se de que o 'esquecimento organizacional' pode ser essencial para encarar esses desafios.
(Vijay Govindarajan é professor de Negócios Internacionais da cátedra Earl C. Daum 1924 da Escola de Administração Tuck do Dartmouth College. Ele é coautor, juntamente com Chris Trimble, do livro 'Inovação Reversa'. Srikanth Srinivas é consultor de gestão aposentado. É autor do livro 'Shocking Velocity'.)
Vijay Govindarajan e Srikanth Srinivas
A memória organizacional pode atrapalhar sua empresa que, por conta disso, pode estar criando políticas obsoletas, pressupostos datados e produtos e serviços com desempenho baixo.
A memória organizacional também pode engessar os processos de planejamento, as estruturas organizacionais e as políticas de recursos humanos – e tudo isso pode se tornar um fardo para empresas que tentam mudanças estratégicas não lineares.
A Research in Motion sofreu com o peso da memória organizacional – a fabricante de celulares não conseguiu se livrar do teclado físico do BlackBerry, enquanto o resto da indústria adotou o touch screen. O mesmo ocorreu com a Microsoft – a empresa pensava no desktop como a principal forma de se fazer computadores, enquanto o restante do mundo escolhia aparelhos mais móveis.
Como empresas bem estabelecidas podem se livrar do fardo da memória organizacional?
Vamos ver como a Infosys foi capaz de fazer isso: no começo, a empresa fornecia apenas serviços de TI. Contudo, a Infosys percebeu que seus clientes mais exigentes se frustravam com a necessidade de trabalhar com diversas empresas de serviços ao mesmo tempo e com o falta de confiabilidade de todas elas. Assim, a Infosys percebeu que é na frustração que reside a chave para transformações não lineares. A multinacional percebeu que havia demanda por uma empresa que pudesse fornecer serviços de consultoria em gestão e redesign de operação, sem deixar de desenvolver, instalar e manter sistemas de TI.
Quando a Infosys decidiu se tornar essa empresa, percebeu que sua memória organizacional seria um fardo. Por isso, criou uma empresa paralela com equipes e processos diferentes. Ao fazer isso, a Infosys se concentrou em três áreas.
Estratégias. Ao invés de extrapolações lineares do passado por meio de análises de dados rigorosas, a empresa se concentrou em prever mudanças não lineares por meio da adição de opiniões não tradicionais, vindas de jovens e de grandes clientes.
Responsabilidade. Ao invés de se concentrar em entregas no prazo e dentro do orçamento, a Infosys passou a se concentrar na experimentação disciplinada com ênfase no aprendizado rápido.
Design organizacional. Ao invés de tentar otimizar a colaboração por meio de especificações de trabalho, processos e design organizacional, a Infosys criou equipes especiais com uma boa dose de 'gente de fora' para questionar pressupostos.
Como resultado dessa transformação bem sucedida, a Infosys cresceu 25 vezes entre 2000 e 2010, passando de 200 milhões para 5 bilhões de dólares.
Se você sentir que grandes mudanças não lineares estão prestes a ocorrer no mercado, lembre-se de que o 'esquecimento organizacional' pode ser essencial para encarar esses desafios.
(Vijay Govindarajan é professor de Negócios Internacionais da cátedra Earl C. Daum 1924 da Escola de Administração Tuck do Dartmouth College. Ele é coautor, juntamente com Chris Trimble, do livro 'Inovação Reversa'. Srikanth Srinivas é consultor de gestão aposentado. É autor do livro 'Shocking Velocity'.)
As discussões de que sua empresa precisa
Michael Schrage
Quando pediram, há muitos anos, que o então CEO do Wal-Mart, Lee Scott, contasse qual era a principal discussão que estava acontecendo na empresa, ele respondeu imediatamente: 'O tamanho de nossas lojas'. A maior rede varejista do mundo discutia sobre como diminuir de tamanho sem perder a capacidade de servir clientes. Segundo Scott, essa conversa levou a uma série de reflexões.
Para um famoso editor, a discordância revelava algo no cerne da empresa: suas conferências populares deveriam reforçar o espírito 'contracultural' da empresa? Ou deveriam apoiar sem medo as empresas mais ricas e bem estabelecidas?
Todas as empresas possuem estratégias e culturas, mas com frequência a forma mais segura de obter insights valiosos é por meio da pergunta: 'qual é a principal discussão da empresa neste momento?'.
Naturalmente, quase sempre há mais de uma 'discussão principal'. Sinto muito, mas discussões sobre quais discussões são importantes também são importantes.
Os verdadeiros insights organizacionais – e suas recompensas – não se dão apenas por meio de diálogos atentos, mas do reconhecimento de que ações valem mais do que palavras. Qual é o papel da liderança na discussão? A discordância é vista como briga? Ou é tratada como uma oportunidade de buscar mais clareza?
As reações às discussões mais importantes geralmente pertencem a três categorias interligadas: estratégia, valores e pessoas. Discussões estratégicas costumam ser mais diretas: devemos competir nessa área ou não? Seremos líderes ou não? Discussões sobre valores são compreensivelmente mais complexas: servir a uma nova base de consumidores vai contra aquilo que (achamos que) somos? Nosso foco intenso nos consumidores viola sua privacidade?
Contudo, as piores discussões que ouço envolvem pessoas – o CEO, por exemplo, pode exibir comportamentos ou fazer comentários que polarizam a equipe, levando a debates mais generalizados. Frequentemente existe um limite tênue entre líderes poderosos e cultos personalistas. Portanto, preste muita atenção se a principal discussão de sua empresa girar em torno de pessoas e de sua mistura incomum entre estilo e substância.
No limite, a pergunta mais importante a se fazer é: 'Meus colegas estão envolvidos no tipo certo de discussão? Eles estão iluminando o caminho, ou dando à empresa ainda mais desculpas para não fazer nada?'.
Se você não está tendo as discussões certas, de que realmente serve o consenso e o alinhamento?
(Michael Schrage, pesquisador do Centro de Negócios Digitais da Escola Sloan, no MIT – Instituto de Tecnologia de Massachusetts –, é o autor de 'Jogando pra Valer'.)
Michael Schrage
Quando pediram, há muitos anos, que o então CEO do Wal-Mart, Lee Scott, contasse qual era a principal discussão que estava acontecendo na empresa, ele respondeu imediatamente: 'O tamanho de nossas lojas'. A maior rede varejista do mundo discutia sobre como diminuir de tamanho sem perder a capacidade de servir clientes. Segundo Scott, essa conversa levou a uma série de reflexões.
Para um famoso editor, a discordância revelava algo no cerne da empresa: suas conferências populares deveriam reforçar o espírito 'contracultural' da empresa? Ou deveriam apoiar sem medo as empresas mais ricas e bem estabelecidas?
Todas as empresas possuem estratégias e culturas, mas com frequência a forma mais segura de obter insights valiosos é por meio da pergunta: 'qual é a principal discussão da empresa neste momento?'.
Naturalmente, quase sempre há mais de uma 'discussão principal'. Sinto muito, mas discussões sobre quais discussões são importantes também são importantes.
Os verdadeiros insights organizacionais – e suas recompensas – não se dão apenas por meio de diálogos atentos, mas do reconhecimento de que ações valem mais do que palavras. Qual é o papel da liderança na discussão? A discordância é vista como briga? Ou é tratada como uma oportunidade de buscar mais clareza?
As reações às discussões mais importantes geralmente pertencem a três categorias interligadas: estratégia, valores e pessoas. Discussões estratégicas costumam ser mais diretas: devemos competir nessa área ou não? Seremos líderes ou não? Discussões sobre valores são compreensivelmente mais complexas: servir a uma nova base de consumidores vai contra aquilo que (achamos que) somos? Nosso foco intenso nos consumidores viola sua privacidade?
Contudo, as piores discussões que ouço envolvem pessoas – o CEO, por exemplo, pode exibir comportamentos ou fazer comentários que polarizam a equipe, levando a debates mais generalizados. Frequentemente existe um limite tênue entre líderes poderosos e cultos personalistas. Portanto, preste muita atenção se a principal discussão de sua empresa girar em torno de pessoas e de sua mistura incomum entre estilo e substância.
No limite, a pergunta mais importante a se fazer é: 'Meus colegas estão envolvidos no tipo certo de discussão? Eles estão iluminando o caminho, ou dando à empresa ainda mais desculpas para não fazer nada?'.
Se você não está tendo as discussões certas, de que realmente serve o consenso e o alinhamento?
(Michael Schrage, pesquisador do Centro de Negócios Digitais da Escola Sloan, no MIT – Instituto de Tecnologia de Massachusetts –, é o autor de 'Jogando pra Valer'.)
Perfis de clientes: a arma secreta de sua empresa
Richard Ting
Hoje, o feed de notícias do Facebook no meu celular mostrava um link patrocinado do jogo de videogame 'The Hobbit: Kingdoms', muito embora eu não seja fã do Hobbit, nem jogue muito videogame.
No mês passado, quando enviei um tuíte para a American Airlines sobre um atraso, ninguém me respondeu, nem percebeu que sou um antigo membro do programa AAdvantage Gold. A companhia aérea não ligou meus dois perfis – de um velho cliente que por acaso estava tuitando sobre um atraso.
Além um pequeno grupo de empresas selecionadas, como a Amazon, a maior parte das marcas ainda não tem uma visão unificada do que seus clientes estão dizendo ou fazendo em seus sites, lojas ou nas mídias sociais. Como resultado, ao invés de enviar mensagens mais precisas, a maior parte das empresas ainda adota a tática de 'pulverizar e rezar'.
Contudo, as empresas já possuem grandes repositórios de dados de consumidores para finalmente criarem perfis de 360 graus. Esses repositórios incluem:
O que estão dizendo: Gestão de relacionamento com clientes, ou CRM social. O que os consumidores estão dizendo sobre seus produtos nas mídias digitais?
O que estão comprando: Histórico de compras. Qual é o último produto que o cliente comprou de você? Quais são seus produtos prediletos?
O que estão fazendo: Histórico de interação com a marca. Os clientes usam os aplicativos para aparelhos móveis? Eles visitam o site da empresa?
O que estão curtindo: Gráficos de interesse social. Quais interesses os consumidores compartilham nos canais de mídias sociais?
Ao combinar esses conjuntos de dados, as marcas podem criar perfis distintos de clientes que permitirão:
Criar conteúdos e experiências mais inteligentes para seus clientes. Por meio do mapeamento de segmentos de consumidores, as marcas podem oferecer mensagens mais personalizadas sobre seus sites e plataformas de mídias sociais, além das lojas físicas.
Melhorar as iniciativas de marketing em tempo real. Marcas que adotam o marketing em tempo real e se engajam com seus clientes mais importantes de forma personalizada têm uma grande vantagem em relação a seus concorrentes.
Melhorar o valor do ciclo de vida do cliente por meio do engajamento em longo prazo. Quando determinam o valor do ciclo de vida dos clientes, as empresas precisam incluir a influências desses clientes nas redes sociais e como essa influência faz com que outras pessoas realizem transações com marcas específicas. Em seguida, as marcas precisam gastar mais tempo com os clientes com maior valor de ciclo de vida.
(Richard Ting é vice-presidente executivo, diretor criativo executivo global de plataformas móveis e sociais da R/GA, uma agência de marketing com sede em Nova York.)
The New York Times
Richard Ting
Hoje, o feed de notícias do Facebook no meu celular mostrava um link patrocinado do jogo de videogame 'The Hobbit: Kingdoms', muito embora eu não seja fã do Hobbit, nem jogue muito videogame.
No mês passado, quando enviei um tuíte para a American Airlines sobre um atraso, ninguém me respondeu, nem percebeu que sou um antigo membro do programa AAdvantage Gold. A companhia aérea não ligou meus dois perfis – de um velho cliente que por acaso estava tuitando sobre um atraso.
Além um pequeno grupo de empresas selecionadas, como a Amazon, a maior parte das marcas ainda não tem uma visão unificada do que seus clientes estão dizendo ou fazendo em seus sites, lojas ou nas mídias sociais. Como resultado, ao invés de enviar mensagens mais precisas, a maior parte das empresas ainda adota a tática de 'pulverizar e rezar'.
Contudo, as empresas já possuem grandes repositórios de dados de consumidores para finalmente criarem perfis de 360 graus. Esses repositórios incluem:
O que estão dizendo: Gestão de relacionamento com clientes, ou CRM social. O que os consumidores estão dizendo sobre seus produtos nas mídias digitais?
O que estão comprando: Histórico de compras. Qual é o último produto que o cliente comprou de você? Quais são seus produtos prediletos?
O que estão fazendo: Histórico de interação com a marca. Os clientes usam os aplicativos para aparelhos móveis? Eles visitam o site da empresa?
O que estão curtindo: Gráficos de interesse social. Quais interesses os consumidores compartilham nos canais de mídias sociais?
Ao combinar esses conjuntos de dados, as marcas podem criar perfis distintos de clientes que permitirão:
Criar conteúdos e experiências mais inteligentes para seus clientes. Por meio do mapeamento de segmentos de consumidores, as marcas podem oferecer mensagens mais personalizadas sobre seus sites e plataformas de mídias sociais, além das lojas físicas.
Melhorar as iniciativas de marketing em tempo real. Marcas que adotam o marketing em tempo real e se engajam com seus clientes mais importantes de forma personalizada têm uma grande vantagem em relação a seus concorrentes.
Melhorar o valor do ciclo de vida do cliente por meio do engajamento em longo prazo. Quando determinam o valor do ciclo de vida dos clientes, as empresas precisam incluir a influências desses clientes nas redes sociais e como essa influência faz com que outras pessoas realizem transações com marcas específicas. Em seguida, as marcas precisam gastar mais tempo com os clientes com maior valor de ciclo de vida.
(Richard Ting é vice-presidente executivo, diretor criativo executivo global de plataformas móveis e sociais da R/GA, uma agência de marketing com sede em Nova York.)
The New York Times