segunda-feira, 18 de março de 2013

Colaboração é o novo ecobranqueamento?

Vale a pena ler....


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    Atualmente, a colaboração é a nova tendência dos círculos de estrategistas comerciais. A maioria das pessoas crê que ela seja necessária se quisermos resolver os problemas aparentemente impossíveis do mundo, incluindo a pobreza e o aquecimento global. As tecnologias se tornaram incrivelmente mais práticas, assim como nossa capacidade de analisar e agir em resposta a volumes cada vez maiores de informação, especialmente por meio de estratégias colaborativas.

    Por dentro dos negócios, 17/03Mas a colaboração faz tudo o que promete? Ou é apenas mais uma forma de 'ecobranqueamento' – quando as empresas assumem um discurso amigável ao meio ambiente, mas não fazem o que deveriam?

    Para que iniciativas colaborativas sejam eficazes, é importante refletir sobre o que isso acarretará para todas as pessoas envolvidas. Isso começa com o mapeamento de parâmetros importantes: quem são os indivíduos com os quais precisa trabalhar? De que forma cada um contribui? Descobrir isso de logo no começo é fundamental. O próximo entrave é descobrir de que maneira as pessoas irão colaborar na prática, incluindo quais recursos estarão disponíveis para facilitar o processo.

    A verdadeira colaboração envolve buscar organizações pouco convencionais com as quais sua empresa provavelmente nunca trabalhou. Se isso é algo que o deixa desconfortável e assustado, você provavelmente está no caminho certo.

    Quando embarcar em novas parcerias, não se esqueça do seguinte:

    Seja verdadeiro. Não fale de colaboração só por falar. Esteja ciente de que contar somente com a tecnologia pode levar as empresas a ignorar a importância de nutrir relações interpessoais. É difícil estabelecer uma química entre parceiros, mas esse pode ser o fio condutor que mantém o sistema inteiro funcionando.

    Seja flexível. Até mesmo as melhores parcerias não duram para sempre. Crie soluções que funcionem mesmo que parceiros entrem ou saiam da colaboração.

    Seja recíproco. Os parceiros não devem ter medo de conquistar verdadeiros valores comerciais por meio da colaboração, mas certifique-se de que as expectativas estejam claras para ambas as partes desde o princípio. Para uma empresa, esses valores comerciais podem incluir maior engajamento de funcionários, desenvolvimento de novos produtos, ou uma maior reputação corporativa.

    Para resolver os grandes problemas do mundo, precisamos nos concentrar em inovações revolucionárias. Todos teremos um papel a cumprir caso essa revolução venha a acontecer.

    (Paul Ellingstad é sócio e diretor de desenvolvimento de programas do grupo de Sustentabilidade e Inovação Social da Hewlett-Packard. Charmian Love é executiva-chefe da Volans, uma empresa voltada para o futuro, que trabalha na interseção dos movimentos de inovação, empreendedorismo e sustentabilidade.)

    Quando a memória organizacional fica no meio do caminho
    Vijay Govindarajan e Srikanth Srinivas
    A memória organizacional pode atrapalhar sua empresa que, por conta disso, pode estar criando políticas obsoletas, pressupostos datados e produtos e serviços com desempenho baixo.
    A memória organizacional também pode engessar os processos de planejamento, as estruturas organizacionais e as políticas de recursos humanos – e tudo isso pode se tornar um fardo para empresas que tentam mudanças estratégicas não lineares.
    A Research in Motion sofreu com o peso da memória organizacional – a fabricante de celulares não conseguiu se livrar do teclado físico do BlackBerry, enquanto o resto da indústria adotou o touch screen. O mesmo ocorreu com a Microsoft – a empresa pensava no desktop como a principal forma de se fazer computadores, enquanto o restante do mundo escolhia aparelhos mais móveis.
    Como empresas bem estabelecidas podem se livrar do fardo da memória organizacional?
    Vamos ver como a Infosys foi capaz de fazer isso: no começo, a empresa fornecia apenas serviços de TI. Contudo, a Infosys percebeu que seus clientes mais exigentes se frustravam com a necessidade de trabalhar com diversas empresas de serviços ao mesmo tempo e com o falta de confiabilidade de todas elas. Assim, a Infosys percebeu que é na frustração que reside a chave para transformações não lineares. A multinacional percebeu que havia demanda por uma empresa que pudesse fornecer serviços de consultoria em gestão e redesign de operação, sem deixar de desenvolver, instalar e manter sistemas de TI.
    Quando a Infosys decidiu se tornar essa empresa, percebeu que sua memória organizacional seria um fardo. Por isso, criou uma empresa paralela com equipes e processos diferentes. Ao fazer isso, a Infosys se concentrou em três áreas.
    Estratégias. Ao invés de extrapolações lineares do passado por meio de análises de dados rigorosas, a empresa se concentrou em prever mudanças não lineares por meio da adição de opiniões não tradicionais, vindas de jovens e de grandes clientes.
    Responsabilidade. Ao invés de se concentrar em entregas no prazo e dentro do orçamento, a Infosys passou a se concentrar na experimentação disciplinada com ênfase no aprendizado rápido.
    Design organizacional. Ao invés de tentar otimizar a colaboração por meio de especificações de trabalho, processos e design organizacional, a Infosys criou equipes especiais com uma boa dose de 'gente de fora' para questionar pressupostos.
    Como resultado dessa transformação bem sucedida, a Infosys cresceu 25 vezes entre 2000 e 2010, passando de 200 milhões para 5 bilhões de dólares.
    Se você sentir que grandes mudanças não lineares estão prestes a ocorrer no mercado, lembre-se de que o 'esquecimento organizacional' pode ser essencial para encarar esses desafios.
    (Vijay Govindarajan é professor de Negócios Internacionais da cátedra Earl C. Daum 1924 da Escola de Administração Tuck do Dartmouth College. Ele é coautor, juntamente com Chris Trimble, do livro 'Inovação Reversa'. Srikanth Srinivas é consultor de gestão aposentado. É autor do livro 'Shocking Velocity'.)
    As discussões de que sua empresa precisa
    Michael Schrage
    Quando pediram, há muitos anos, que o então CEO do Wal-Mart, Lee Scott, contasse qual era a principal discussão que estava acontecendo na empresa, ele respondeu imediatamente: 'O tamanho de nossas lojas'. A maior rede varejista do mundo discutia sobre como diminuir de tamanho sem perder a capacidade de servir clientes. Segundo Scott, essa conversa levou a uma série de reflexões.
    Para um famoso editor, a discordância revelava algo no cerne da empresa: suas conferências populares deveriam reforçar o espírito 'contracultural' da empresa? Ou deveriam apoiar sem medo as empresas mais ricas e bem estabelecidas?
    Todas as empresas possuem estratégias e culturas, mas com frequência a forma mais segura de obter insights valiosos é por meio da pergunta: 'qual é a principal discussão da empresa neste momento?'.
    Naturalmente, quase sempre há mais de uma 'discussão principal'. Sinto muito, mas discussões sobre quais discussões são importantes também são importantes.
    Os verdadeiros insights organizacionais – e suas recompensas – não se dão apenas por meio de diálogos atentos, mas do reconhecimento de que ações valem mais do que palavras. Qual é o papel da liderança na discussão? A discordância é vista como briga? Ou é tratada como uma oportunidade de buscar mais clareza?
    As reações às discussões mais importantes geralmente pertencem a três categorias interligadas: estratégia, valores e pessoas. Discussões estratégicas costumam ser mais diretas: devemos competir nessa área ou não? Seremos líderes ou não? Discussões sobre valores são compreensivelmente mais complexas: servir a uma nova base de consumidores vai contra aquilo que (achamos que) somos? Nosso foco intenso nos consumidores viola sua privacidade?
    Contudo, as piores discussões que ouço envolvem pessoas – o CEO, por exemplo, pode exibir comportamentos ou fazer comentários que polarizam a equipe, levando a debates mais generalizados. Frequentemente existe um limite tênue entre líderes poderosos e cultos personalistas. Portanto, preste muita atenção se a principal discussão de sua empresa girar em torno de pessoas e de sua mistura incomum entre estilo e substância.
    No limite, a pergunta mais importante a se fazer é: 'Meus colegas estão envolvidos no tipo certo de discussão? Eles estão iluminando o caminho, ou dando à empresa ainda mais desculpas para não fazer nada?'.
    Se você não está tendo as discussões certas, de que realmente serve o consenso e o alinhamento?

    (Michael Schrage, pesquisador do Centro de Negócios Digitais da Escola Sloan, no MIT – Instituto de Tecnologia de Massachusetts –, é o autor de 'Jogando pra Valer'.)
    Perfis de clientes: a arma secreta de sua empresa
    Richard Ting

    Hoje, o feed de notícias do Facebook no meu celular mostrava um link patrocinado do jogo de videogame 'The Hobbit: Kingdoms', muito embora eu não seja fã do Hobbit, nem jogue muito videogame.
    No mês passado, quando enviei um tuíte para a American Airlines sobre um atraso, ninguém me respondeu, nem percebeu que sou um antigo membro do programa AAdvantage Gold. A companhia aérea não ligou meus dois perfis – de um velho cliente que por acaso estava tuitando sobre um atraso.
    Além um pequeno grupo de empresas selecionadas, como a Amazon, a maior parte das marcas ainda não tem uma visão unificada do que seus clientes estão dizendo ou fazendo em seus sites, lojas ou nas mídias sociais. Como resultado, ao invés de enviar mensagens mais precisas, a maior parte das empresas ainda adota a tática de 'pulverizar e rezar'.
    Contudo, as empresas já possuem grandes repositórios de dados de consumidores para finalmente criarem perfis de 360 graus. Esses repositórios incluem:
    O que estão dizendo: Gestão de relacionamento com clientes, ou CRM social. O que os consumidores estão dizendo sobre seus produtos nas mídias digitais?
    O que estão comprando: Histórico de compras. Qual é o último produto que o cliente comprou de você? Quais são seus produtos prediletos?
    O que estão fazendo: Histórico de interação com a marca. Os clientes usam os aplicativos para aparelhos móveis? Eles visitam o site da empresa?
    O que estão curtindo: Gráficos de interesse social. Quais interesses os consumidores compartilham nos canais de mídias sociais?
    Ao combinar esses conjuntos de dados, as marcas podem criar perfis distintos de clientes que permitirão:
    Criar conteúdos e experiências mais inteligentes para seus clientes. Por meio do mapeamento de segmentos de consumidores, as marcas podem oferecer mensagens mais personalizadas sobre seus sites e plataformas de mídias sociais, além das lojas físicas.
    Melhorar as iniciativas de marketing em tempo real. Marcas que adotam o marketing em tempo real e se engajam com seus clientes mais importantes de forma personalizada têm uma grande vantagem em relação a seus concorrentes.
    Melhorar o valor do ciclo de vida do cliente por meio do engajamento em longo prazo. Quando determinam o valor do ciclo de vida dos clientes, as empresas precisam incluir a influências desses clientes nas redes sociais e como essa influência faz com que outras pessoas realizem transações com marcas específicas. Em seguida, as marcas precisam gastar mais tempo com os clientes com maior valor de ciclo de vida.

    (Richard Ting é vice-presidente executivo, diretor criativo executivo global de plataformas móveis e sociais da R/GA, uma agência de marketing com sede em Nova York.)

    The New York Times

    Ministra do STF suspende lei que redistribui royalties do petróleo

    O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu nesta segunda-feira de forma cautelar (não definitiva) a nova lei petrolífera que coloca uma mudança na divisão dos royalties gerados pela extração de petróleo, informaram fontes oficiais.
    A polêmica lei foi aprovada pelo Congresso há duas semanas e estabelece que os royalties serão divididos de forma equitativa entre os 27 estados do país, reduzindo os lucros adicionais que as regiões produtoras, especialmente Rio de Janeiro e Espírito Santo, recebiam até então.
    Os governadores dos dois estados apresentaram um recurso ao STF por considerar que a nova lei é 'inconstitucional' e põe em 'risco' seu financiamento.
    A ministra Cármen Lúcia Antunes, encarregada de analisar o caso, concedeu a suspensão cautelar dos principais artigos da lei até que o plenário do órgão o julgue.
    A suspensão da lei se justificou pelos 'riscos objetivamente demonstrados' que a lei representa e pela dificuldade de suspender se a medida começar a ser aplicada, segundo o texto divulgado pelo Supremo.
    A divisão do lucro levou a uma queda de braço político entre o governo e o Congresso, que conseguiu impor a repartição igualitária, já que a Constituição dá a prerrogativa ao legislativo em uma questão desta natureza.
    As autoridades do Rio e do Espírito Santo alegam que nas bacias desses estados fica 80% das reservas provadas de petróleo do país, concentradas na camada 'pré-sal'.
    Segundo o governo fluminense, a nova lei causaria ao estado do Rio a perda de R$ 3,4 bilhões anuais a partir deste ano.


    Por Agencia EFE, S.A.

    domingo, 17 de março de 2013

    Questão de prioridade

    O governo Dilma vai sendo surpreendido pelo desempenho insatisfatório da atividade econômica ...


    O governo Dilma vai sendo surpreendido pelo desempenho insatisfatório da atividade econômica (avanço do PIB baixo demais) e pela virulência da inflação e não sabe o que combater primeiro.
    Até há algumas semanas, as autoridades martelavam um diagnóstico inconsistente para essas derrapadas. Debitavam-nas à crise (crescimento reduzido do PIB global) ou a choques externos de oferta - como a seca que derrubou a produção de soja e milho no Centro-Oeste dos Estados Unidos que, em 2012, puxou para cima os preços das commodities agrícolas.
    São alegações insatisfatórias. Não explicam por que outros países emergentes (para ficar somente com eles) não foram atingidos na proporção com que foi o Brasil.
    Felizmente, de uns tempos para cá, já se nota o abandono dessa análise escapista, que tira a responsabilidade do governo. A presidente Dilma Rousseff, por exemplo, tem reconhecido que a falta de competitividade da indústria se deve a problemas internos, especialmente à precariedade da infraestrutura - e não à ação predatória dos concorrentes externos.
    Por sua vez, o Banco Central passou a ser mais contundente do que foi há meses. Apontou distorções também internas para a disparada dos preços, sobretudo para a existência de demanda forte não acompanhada por oferta adequada. Admite que a inflação também é fruto das despesas públicas excessivas, do aquecimento do mercado de trabalho e da pouca folga na capacidade de produção da indústria.
    Isso já é bem diferente do que afirmava até recentemente nos seus documentos oficiais de comunicação com o público e nas manifestações públicas dos seus dirigentes. O Banco Central repetia, então, que a inflação convergiria mais ou menos espontaneamente para a meta a partir do segundo semestre deste ano.
    Mas o que falta para o pulo do gato? Tudo indica que o Banco Central, juntamente com as outras equipes da área econômica, tem dificuldade em definir a prioridade do momento: se garantir mais crescimento econômico ou se combater a inflação.
    São objetivos em certa medida antagônicos. Para simplificar: a médio prazo, juros mais elevados tendem a comprometer a expansão econômica e passam sinais para o setor privado de que devem puxar o breque nos investimentos. E mais crescimento - alimentado com mais despesas públicas, mais renúncia fiscal e juros mais soltos - tende a elevar os custos já esticados da mão de obra e a turbinar a inflação.
    Se a opção fosse deixar tudo por conta do que pensa o Banco Central, o alvo do momento seria a inflação. Na última Ata do Copom está dito, com todas as letras, que inflação elevada compromete muita coisa, inclusive o crescimento econômico.
    Essa tende a ser também a opção da presidente Dilma. Ela sabe que a inflação cobra um preço eleitoral mais alto do que o PIB baixo, ainda mais se o povão puder continuar consumindo como está. O problema é que não há folga no calendário. E, caso a inflação não seja imediatamente atacada com vigor, a conta pode chegar quando o debate eleitoral já tiver tomado o ambiente político.

    Por Estadão

    sábado, 16 de março de 2013

    Plano da Petrobrás é investir US$ 236,7 bi

    Planejamento de investimento é para o período 2013-2017 e prevê reforço em produção e exploração e redução na área de Abastecimento


    A Petrobrás divulgou ontem seu aguardado plano de negócios para o período 2013-2017, apontando manutenção do nível de investimentos e da produção de petróleo e gás. Serão US$ 236,7 bilhões, com reforço na área de produção e exploração e redução na área de Abastecimento. O plano para 2012-2016, divulgado em 2012, previa US$ 236,5 bilhões.
    Em documento divulgado ao mercado, a companhia garantiu que não ultrapassará seus limites de endividamento, uma preocupação de investidores. Além disso, o volume de projetos "em avaliação" foi elevado de US$ 27,8 bilhões para US$ 29,6 bilhões. A categoria foi inaugurada no ano passado pela presidente Graça Foster para projetos que não têm ainda sua viabilidade financeira garantida. Ou seja, se ficarem caros demais ou acima do preço de mercado, podem ser cortados.
    A área de produção e exploração receberá US$ 147,5 bilhões entre 2013-2017, 62% do total, uma alta de 4% em relação ao plano anterior.
    Já o Abastecimento ficou com US$ 64,8 bilhões, contra US$ 65,5 bilhões na área de refino, transporte e comercialização do plano 2012-2016.
    A companhia também informou que espera um reforço importante para o caixa vindo da venda de ativos no exterior e também no Brasil. Estão previstos US$ 9,9 bilhões "em 2013, principalmente". O plano anterior previa desinvestimentos de US$ 14,8 bilhões para os cinco anos do programa.
    Parte deste volume já foi executado, como com uma troca de títulos públicos e garantias feita entre a Petrobrás e a Petros, que liberou verba para investimentos. A estatal também vendeu sua participação de 40% em uma concessão na Bacia de Santos para a OGX, por US$ 270 milhões.
    A petroleira também investirá menos na área internacional: US$ 5,1 bilhões até 2017. Serão US$ 3,2 bilhões na carteira em implementação, sendo 90% para exploração e produção. O plano anterior previa US$ 6 bilhões, considerando os projetos em implantação. Os planos de produção foram mantidos, com a Petrobrás "ratificando sua exequibilidade". No caso de óleo e gás, serão 2 milhões de barris por dia em 2013, 2,5 milhões b/d em 2016 e 4,2 milhões em 2020.
    A Petrobrás anunciou que não houve inclusão ou exclusão de novos projetos na carteira em implantação, o que significa que projetos como as refinarias Premium em análise para Ceará e Maranhão continuam com possibilidade de ser executados. "Os investimentos em expansão da capacidade de refino da carteira em avaliação avançaram na maturidade da fase de elaboração dos seus respectivos projetos", detalhou o comunicado.
    A única área com mudanças efetivas na carteira de projetos foi a de E&P no Brasil. "Visando sustentar as metas de produção planejadas, houve inclusões e exclusões bem como antecipações e postergações de projetos", disse a empresa.
    A Petrobrás informou que a alavancagem financeira não ultrapassará 35% e vai se manter no intervalo da meta de 25% a 35%. Também disse que o indicador dívida líquida/EBITDA retornará, a partir de 2014, ao limite definido pela companhia de até 2,5x, encerrando 2017 em 27% e 1,65x, respectivamente.

    Por Estadão
     

     

    sexta-feira, 15 de março de 2013

    Estados produtores de petróleo entram no STF contra lei dos royalties

     Os governos dos três principais Estados produtores de petróleo protocolaram nesta sexta-feira ações no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a constitucionalidade das novas regras de distribuição dos royalties do petróleo.
    Os processos terão como relatora a ministra Cármen Lúcia, informou o STF.
    Estados produtores de petróleo entram no STF contra lei dos royaltiesOs governos dos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo aguardavam apenas a promulgação da nova lei, o que ocorreu na quinta-feira, para apresentar ações diretas de inconstitucionalidade (Adin) à Suprema Corte. A Assembleia Legislativa fluminense também entrou com ação no STF nesta sexta.
    As novas regras, criadas após a derrubada dos vetos da presidente Dilma Rousseff pelo Congresso, reduzem de forma significativa a parcela dos recursos recebidos pelos Estados produtores da commodity, e eleva a arrecadação de Estados não-produtores, inclusive da exploração de petróleo de áreas já licitadas.
    "São receitas que já fazem parte do nosso orçamento há muitos anos. Perdê-las significa uma grave crise orçamentária. E a população é a maior vítima", disse o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB) em nota.
    "Eu confio no Supremo para reparar essa violência que foi feita contra um Estado da Federação", acrescentou.
    A ação apresentada pelo Espírito Santo argumenta que as novas regras representam um rompimento do pacto federativo e refere-se a contratos que já estão em vigor, explicou o governador do Estado, Renato Casagrande (PSB).
    "Agora, pelo fracasso que foi o debate no Congresso Nacional, estamos apresentando esses argumentos ao Supremo Tribunal Federal", disse Casagrande à Reuters por telefone.
    Embora tenha dito que caberá ao STF definir uma data para analisar as ações, o governador disse esperar que o assunto seja tratado como prioridade.
    "Nossa expectativa, pela repercussão que tem esse tema, pela importância do tema, e pelos problemas que esta lei causa ao Espírito Santo, ao Rio de Janeiro e aos municípios, nós temos a expectativa de que o Supremo possa dar prioridade a esse assunto", afirmou.
    Casagrande estima que o Estado e municípios do Espírito Santo deixarão de arrecadar, apenas neste ano, 800 milhões de reais.
    Após participar de solenidade no Rio de Janeiro, o vice-governador fluminense, Luiz Fernando Pezão (PMDB), disse ter certeza que o STF fará "justiça" e respeitará o direito adquirido do Estado, que estima perdas anuais de arrecadação de 3,1 bilhões de reais com a nova lei.
    "Tirar o direito dos Estados produtores não é uma boa prática, não colabora com o pacto federativo no país. Tenho certeza de que o Supremo irá fazer justiça", disse Pezão, após participar de solenidade de formatura de policias militares, na capital do Estado.
    O ministro do STF Luiz Fux, autor de liminar que impediu a votação dos vetos ao projeto dos royalties no ano passado, disse a jornalistas no Rio de Janeiro que constatada a gravidade do assunto, o Supremo não irá demorar a dar uma resposta.
    "Nesse caso, se verificarmos que há um problema que gera abalo institucional, muito urgente e uma repercussão grave no pacto federativo... é dever de ofício tomar providências ágeis", afirmou.
    Fux acrescentou que as duas ações devem ser julgadas ao mesmo tempo e que, por tratarem de tema federativo, provavelmente ficarão sujeitas a decisões do plenário, em vez de liminares.

    RELATORIA
    A ministra Cármen Lúcia foi sorteada de maneira eletrônica para relatar a primeira Adin, protocolada pelo governo do Espírito Santo.
    Também ficará responsável pelo questionamento apresentado pelo Rio de Janeiro, por se tratar de uma ação semelhante, que aborda o mesmo tema da anterior.
    Casagrande disse ter confiança nos argumentos apresentados na ação, "independente" da escolha da relatoria.
    "Confiamos na análise técnica da relatora e dos ministros que compõem o Supremo" disse.

    HISTÓRICO
    A polêmica sobre a divisão dos royalties do petróleo começou quando o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu criar um novo marco regulatório para a exploração do óleo no país, determinando que os campos do pré-sal seriam licitados pelo regime de partilha e não mais por concessão.
    Os parlamentares dos Estados não-produtores viram na mudança uma oportunidade de fazer uma nova divisão dos royalties entre Estados e municípios, sem qualquer privilégio para os Estados produtores, mexendo inclusive nos contratos já em vigor. Aprovada pelo Congresso, essa nova divisão foi vetada pelo ex-presidente Lula em 2010.
    No governo Dilma, os parlamentares dos Estados não-produtores voltaram à carga e aprovaram mais uma vez uma nova divisão dos royalties no ano passado, o que foi vetado pela presidente. Esse foi o veto derrubado no início de março.
    Dilma desejava que as novas regras valessem somente para futuras licitações, uma forma de respeitar contratos, como argumentam os governos dos Estados produtores. A presidente também defende que os recursos dos royalties sejam destinados à Educação.
    Segundo a assessoria da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), as novas regras de distribuição serão válidas para o petróleo extraído a partir desta sexta-feira, dia em que a nova lei entrou em vigor.
    Isso significa que o pagamento dos royalties pela nova regra ocorrerá somente a partir de maio.

    (Reportagem adicional de Ana Flor e Anthony Boadle, em Brasília; de Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro; e de Eduardo Simões em São Paulo)

    Bovespa cai abaixo dos 57 mil pontos, sob peso de construtoras

    O principal índice brasileiro de ações cedeu ao peso das construtoras e encerrou a sexta-feira em queda, abaixo dos 57 mil pontos, pressionado também pela proximidade com o vencimento de opções sobre ações.
    O Ibovespa terminou o dia em baixa de 0,72 por cento, a 56.869 pontos, numa sessão instável --o índice oscilou entre queda de 0,83 por cento e alta de 0,44 por cento. O giro financeiro do pregão foi de 9 bilhões de reais.
    Com isso, o índice acumulou queda semanal de 2,7 por cento, após duas semanas consecutivas no campo positivo. Em março, o referencial da bolsa paulista tem queda de 0,97 por cento e no ano a baixa é de 6,7 por cento --enquanto Wall Street seguia próximo das máximas históricas.
    "O mercado aqui só vai melhorar se tivermos sinais de mudanças políticas", disse o analista Marcelo Varejão, da Socopa Corretora. "Os investidores precisam ver uma administração (do governo federal) mais amigável ao mercado."
    Nesta sessão, as construtoras pesaram no Ibovespa, lideradas por MRV Engenharia, que afundou 8,07 por cento, a 9,80 reais. A companhia registrou forte queda no lucro do quarto trimestre, abaixo das expectativas de analistas.
    "Os resultados do quarto trimestre da MRV foram mais uma vez decepcionantes", disse a Itaú Corretora em relatório, citando uma combinação pouco inspiradora de retorno sobre patrimônio em queda e geração de fluxo de caixa livre menor que o esperado.
    O mau humor com os resultados da MRV contaminaram também outras empresas do setor. Gafisa caiu 7,02 por cento, Brookfield Incorporações perdeu 4,51 por cento e Rossi Residencial recuou 4,22 por cento.
    "Seguimos cautelosos quanto aos resultados das incorporadoras", escreveram analistas da Planner Corretora em relatório. "Acreditamos que o primeiro trimestre de 2013 também não será de resultados animadores."
    Em sentido oposto, JBS, maior produtora de carnes do mundo, liderou os ganhos do índice, com alta de 4,49 por cento, seguida pela petrolífera OGX, que subiu 4,18 por cento, com movimentos de cobertura de posições vendidas.
    O vencimento de opções sobre ações, que ocorre na próxima segunda-feira, adicionou volatilidade aos negócios, segundo operadores. A pressão foi maior nas preferenciais da Vale e da Petrobras, que encerraram o dia em queda de 0,12 e de 1,50 por cento, respectivamente.
    Já a ordinária da Petrobras fechou em alta de 2,12 por cento, a 17,80 reais.
    O mercado aguarda a divulgação do plano de investimentos da estatal petrolífera para esta sexta-feira, citaram operadores.

    Por Reuters, Reuters


    quinta-feira, 14 de março de 2013

    Déficit em conta corrente dos EUA cai para US$ 110,42 bi no 4º trimestre

    WASHINGTON - O déficit em conta corrente dos EUA caiu para US$ 110,42 bilhões no quarto trimestre de 2012, ou 2,8% do produto interno bruto (PIB), segundo divulgou hoje o Departamento do Comércio. O número é menor que o déficit do terceiro trimestre, que foi revisado para cima, a US$ 112,45 bilhões, de uma leitura original de US$ 107,51 bilhões. Analistas consultados pela Dow Jones esperavam déficit de US$ 112,6 bilhões no período de outubro a dezembro.
    O aumento no déficit em conta corrente - que mede o comércio de bens e serviços e também inclui remessas e recebimento de juros e lucros - foi resultado de uma alta no déficit comercial, que avançou para US$ 128,4 bilhões no quarto trimestre, de US$ 124,8 bilhões no terceiro trimestre. O déficit comercial maior se deve ao avanço das importações. Os EUA também reduziram as exportações no período, mas tiveram aumento nos pagamentos de serviços.
    Enquanto isso, a conta de renda apresentou superávit de US$ 52,4 bilhões no quarto trimestre, ante resultado também positivo de US$ 46,6 bilhões nos três meses anteriores.
    As transferências unilaterais, que incluem ajuda estrangeira dos EUA para outros países e recursos de trabalhadores estrangeiros para famílias que vivem fora país, subiram ligeiramente, para US$ 34,4 bilhões no último trimestre. Esse item contribui para o déficit em conta corrente.
    Apesar da diminuição, a manutenção de um déficit em conta corrente exige que os EUA atraiam grandes quantias de financiamento do exterior, inclusive da China, ou o dólar perde seu valor. As compras estrangeiras privadas de Treasuries excederam as vendas em US$ 26 bilhões no quarto trimestre, de acordo com o Departamento do Comércio. A China continua sendo o maior detentor de Treasuries, segundo dados do Tesouro.

    Por Estadão/ Dow Jones.

    Banco Central aumenta projeção para inflação na ata do Copom

    As projeções apresentadas na ata divulgada hoje estão acima do centro da meta para a inflação, de 4,5%


    O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou em sua ata sobre a reunião da semana passada que as projeções para a inflação de 2013 aumentaram em relação ao valor considerado na reunião do Copom de janeiro, tanto no cenário de referência como no de mercado. Nos dois casos, as projeções estão acima do centro da meta de 4,5% para a inflação.
    Houve mudança em um parâmetro para cálculo do cenário de referência, o câmbio, cuja taxa caiu de R$ 2,00 em janeiro para R$ 2,05 em março.
    Para 2014, a projeção de inflação aumentou em relação ao valor considerado na reunião do Copom de janeiro e se encontra acima do valor central da meta, em ambos os cenários. Na ata de reunião de janeiro, o Copom dizia que, para 2014, em ambos os cenários, a projeção de inflação estava "ligeiramente acima do valor central da meta".
    O Copom ponderou que "incertezas remanescentes", de origem externa e interna, cercam o cenário prospectivo da autoridade monetária e recomendam que a política monetária deva ser administrada "com cautela". O Copom avaliou no parágrafo 28 que a maior dispersão observada recentemente de aumentos de preços ao consumidor contribui para que a inflação mostre resistência.
    No documento divulgado em janeiro, ao fazer uma análise semelhante, o BC havia considerado que essa difusão tendia a contribuir para essa resistência e agora já diz que contribui para o movimento. O BC cita como dispersão pressões sazonais e localizadas no segmento de transportes, entre outros fatores. Para o Comitê, essa dinâmica desfavorável pode não representar um fenômeno temporário, mas "uma eventual acomodação da inflação em patamar mais elevado".
    Juro
    A ata da reunião do Copom repetiu a avaliação apresentada no comunicado que se seguiu à decisão unânime de manter a taxa básica de juros (Selic), em 7,25% ao ano: "O Copom irá acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária". O documento foi divulgado pelo Banco Central nesta quinta-feira.
    Assim como no comunicado, o Copom retirou da ata também a expressão "período de tempo suficientemente prolongado", que constava do parágrafo 35 do documento de janeiro e que dizia que no contexto à época, "o Copom entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta".
    Superávit
    O Copom manteve a "hipótese de trabalho" de que o superávit primário do Brasil em 2013 será de R$ 155,9 bilhões, conforme os parâmetros da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). A projeção consta da ata da reunião da semana passada divulgada há pouco pela autoridade monetária. Para 2014, admite-se, como hipótese, a geração de superávit primário "em torno" de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB).


    Agência Estado