sábado, 25 de fevereiro de 2012

GERAR EMPRESAS É DIVIDIR RENDA


Por Eduardo Fernandes da Paz




Após vários Planos Econômicos, alguns com falhas grosseiras e irreparáveis outros com acertos definitivos e incontestáveis, permitiram nosso aprendizado, mas não podemos deixar de registrar que a um custo elevadíssimo (onde gerações e mais gerações ficaram à beira do caminho). Os anos passaram, mas agora nossa economia se robusteceu. Apesar do tímido crescimento apontado pelos últimos números estampado no balanço final de 2011, sobre o desempenho da nossa Economia, contrariamente o índice inflacionário que bateu acima do teto da meta estipulada pelo Governo.


Acabou sendo um bom resultado, pois além de pontuar positivamente, outras nações antes intocáveis e hoje signatárias da crise despencaram da ponte e além de quebrarem a cara caíram em um mar com fortes ondas e estão em dificuldades para nadar ou quem sabe, boiar.
O Mundo Interligado mostrou as atuais fragilidades dos antigos tios ricos e as novas habilidades dos velhos sobrinhos pobres.
Os bacanas ficaram com os paradigmas obsoletos e os antigos pedintes do FMI fizeram o dever de casa, ministrando o antídoto correto para conjuntura adequada.

ESSE É O RECENTE ARRAIAL GLOBAL!

Entretanto, o planeta ainda está muito atrasado no quesito dividir ou democratizar RENDA, pois o sistema centralizador de riquezas oligopoliza Bens, Serviços e fundamentalmente Informações, ficando esses itens a mercê de alguns poucos patrões virtuais e reais.
Saber que o velho é do passado é fácil, o difícil e reconhecer que o novo mesmo vestido com outra roupagem e abordagem distinta, são antigos.
Venho me debatendo agarrado a essa tese: “O Mundo precisa gerar mais Empresas para gerar mais renda e conseqüentemente dividi-las melhor e maior”. Claro que essa proposição só se consolidará se compreendermos à EMPRESA através de um moderno modelo de Empreendedorismo, definido como:   Inovar Idéias,  Produtos, Serviços,  Informações e Valores.
Sinto que precisamos aprofundar as discussões sobre a aplicação de atividades diferenciadas daquelas já conhecidas tradicionalmente como sendo ações empresariais, assim abre-se um caminho para revisitar (é isso ai, essa é a palavra correta) o protótipo de Negócios Cooperativo, onde o ganho gerado é distribuído em razão da participação efetiva de cada um, que faz parte de um todo.
Olha, não estou aqui para desqualificar ou espancar as Empresas e os Empresários Conservadores, pois reconheço que se chegamos até aqui, foi mérito deles, então saibamos agradecer. Mas é imperativo que precisamos avançar em todas as vertentes, seja para norte ou sul, leste ou oeste.
De verdade, não tenho ilusão de o governo resolver todos os problemas da centralização da Renda em nosso País, ainda que venha atuando, mas, tenho um sonho de ver as organizações ampliarem ainda mais (e olha que já fazem bastante) sua contribuição direta e indireta para minimizarem distância entre CONCENTRAÇÃO  X  DISTRIBUIÇÃO, criando cada dia mais e mais novos postos de trabalhos. Mas para tanto precisamos de um conjunto de medidas, tais como:
  • Edição de Leis de Incentivos;
  • Regulamentação de Mercado;
  • Créditos de Baixo Custo Financeiro;
  • Educação Convencional e Técnica de Alto Nível e além de tantas outras...        


Precisamos de cabeças abertas para propor eficientes e eficazes mecanismos, e temos quadro empresarial de grande competência em nossa terra, que seguramente saberá nos guiar para essas novas fronteiras, que poderá auxiliar no equilíbrio da Renda, e em função disso a qualidade de vida de nossos colaboradores, estendendo-se a toda nossa população.
Pois à hora é agora, e não dá mais para esperar outro momento como esse para tomar medidas como essas!!!


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Eduardo Fernandes da Paz
Diretor da EPZ Negócios Empresariais
Especialista em Direito Ambiental
Consultor em Planejamento Estratégico e Econômico Financeiro
E-mail: fernandesdapaz@hotmail.com
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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

TAXA MUNDIAL DE EMPREENDEDORISMO



GEM 2010: maior número de empreendedores por oportunidade

O Brasil é o país que possui a maior taxa de empreendedores em estágio inicial entre os 17 países que participaram da pesquisa 2010
Desde 2003 os empreendedores por oportunidade são maioria no Brasil, sendo que a relação oportunidade X necessidade tem sido superior a 1,4 desde 2007. No entanto, apesar das condições macroeconômicas estarem favorecendo o empreendedorismo no Brasil, ainda é preciso evoluir significativamente nas condições ligadas às políticas de apoio ao empreendedor.

Entre os 17 países membros do G20 que participaram da pesquisa em 2010, o Brasil é o que possui a maior Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA), 17,5%, seguido pela China, com 14,4% e a Argentina com 14,2%. 

Essa é a maior TEA desde que a pesquisa GEM é realizada no país, demonstrando a tendência de crescimento da atividade empreendedora.

Nos países do BRIC, o Brasil tem a população mais empreendedora, com 17,5% de empreendedores em estágio inicial, a China teve 14,4%, a Rússia 3,9%, enquanto a Índia não participou da pesquisa nos últimos 2 (dois) anos. 

Sendo que, em 2008, a TEA da Índia foi de 11,5%. O que se observa no Brasil em 2010 é que o crescimento da TEA é resultado do maior número de empreendedores de negócios novos. Os empreendedores nascentes no Brasil mantiveram-se na mesma proporção que em 2009, permanecendo acima da média do período em que a pesquisa foi realizada. 

Oportunidade e necessidade
No Brasil, desde 2003 os empreendedores por oportunidade são maioria, sendo que a relação oportunidade X necessidade tem sido superior a 1,4 desde o ano de 2007. 

Em 2010 o Brasil novamente supera a razão de dois empreendedores por oportunidade para cada empreendedor por necessidade, o que já havia ocorrido em 2008. 

Em 2010, para cada empreendedor por necessidade havia outros 2,1 que empreenderam por oportunidade. Este valor é semelhante à média dos países que participaram do estudo este ano, que foi de 2,2 empreendedores por oportunidade para cada um por necessidade.

Gênero
A mulher brasileira é historicamente uma das que mais empreende no mundo. Apenas em Gana as mulheres atingiram TEAs mais altas que os homens, entre todos os 59 (cinquenta e nove) países participantes da pesquisa em 2010.

Em 2010, entre os empreendedores iniciais, 50,7% são homens e 49,3% mulheres, mantendo o equilíbrio entre gêneros no empreendedorismo nacional. Entre os 21,1 milhões de empreendedores brasileiros, 10,7 milhões pertencem ao sexo masculino e 10,4 milhões ao feminino. 

Faixa etária
Em 2010, no Brasil todas as faixas etárias tiveram aumentos nas taxas de empreendedorismo. Verificou-se que a faixa etária que obteve a mais alta taxa é aquela que vai dos 25 aos 34 anos com 22,2%. 

Isto quer dizer que entre os brasileiros com idades entre 25 e 34 anos, 22,2% estavam envolvidos em algum empreendimento em 2010. Neste ponto o Brasil segue a mesma tendência dos grupos de demais países analisados, nos quais esta é a faixa etária que prevalece. 

Conclusões
Apesar das condições macroeconômicas estarem favorecendo o empreendedorismo no Brasil (notadamente ambiente mais estável, com inflação controlada e crescimento econômico), ainda precisa evoluir significativamente nas condições mais ligadas às políticas de apoio ao em- preendedor. 

O Brasil não apenas apresenta condições desfavoráveis sobre vários aspectos, mas notadamente no que tange a serviços governamentais e institucionais, como também está em desvantagem quando comparado com as condições oferecidas pelos demais países. 

Reforçando assim, a necessidade de se pensar em ações que de fato permitam que o potencial empreendedor dado pela conjuntura favorável do país seja plenamente aproveitado. 

Fonte: http://www.sebrae.com.br/customizado/estudos-e-pesquisas/temas-estrategicos/empreendedorismo

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

TAXA DE SOBREVIVÊNCIA DAS EMPRESAS NO BRASIL


No Brasil, são criados anualmente mais de 1,2 milhão de novos empreendimentos formais. Desse total, mais de 99% são micro e pequenas empresas e Empreendedores Individuais (EI). As micro e pequenas empresas são responsáveis por mais da metade dos empregos com carteira assinada do Brasil. Se somarmos a isso a ocupação que os empreendedores geram para si mesmos, pode-se dizer que os empreendimentos de micro e pequeno porte são responsáveis por, pelo menos, dois terços do total das ocupações existentes no setor privado da economia. A sobrevivência desses empreendimentos é condição indispensável para o desenvolvimento econômico do País. E todos os estudos no Brasil e no mundo mostram que os dois primeiros anos de atividade de uma nova empresa são os mais difíceis, o que torna esse período o mais importante em termos de monitoramento da sobrevivência. Há quase 15 anos, o Sebrae realiza pesquisas de campo para monitorar a sobrevivência dos novos empreendimentos. A partir deste trabalho, iniciamos uma nova forma de acompanhamento:  no lugar das pesquisas por amostragem, fizemos um estudo baseado em dados cadastrais de caráter censitário. Em parceria com a Secretaria da Receita Federal, o Sebrae elaborou metodologia própria que permite identificar, a partir da base de dados da Receita, o total de empresas que são criadas e as que encerram suas atividades antes de completar o segundo ano de atividade. Outra vantagem dessa metodologia é que o Sebrae passará a atualizar anualmente o estudo. Este trabalho mostra que as taxas de sobrevivência estão aumentando. O dado mais recente mostra que a cada 100 empreendimentos criados, 73 sobrevivem aos primeiros dois anos de atividade. A taxa supera a de países modelo do empreendedorismo, como a Itália.
O bom desempenho das empresas brasileiras resulta, dentre outros fatores, de um esforço conjunto do Sebrae com as demais instituições da sociedade, seja melhorando o ambiente onde estão inseridos esses negócios, seja por meio da ampliação do atendimento direto dos empresários de micro e pequenos empreendimentos. Nesse sentido, são exemplos, os quase 3,3 mil municípios que já implantaram a sua própria Lei Geral municipal e os quase 1,3 milhão de empresas que o Sebrae tem como meta de atendimento para 2011. Muito já foi feito para melhorar as condições dos empreendimentos de micro e pequeno porte no Brasil, no entanto, muito ainda é possível realizar para melhorar os índices de sobrevivência desses empreendimentos. E o monitoramento desse processo é essencial para verificar se os esforços que estão sendo feitos estão gerando, de fato, os resultados desejados, que são a competitividade e o desenvolvimento sustentável das micro e pequenas empresas brasileiras.

Resultados das taxas de sobrevivência das empresas no Brasil

Tomando como referência as empresas brasileiras constituídas em 2006, a taxa de sobrevivência das empresas com até 2 anos de atividade foi de 73,1% . Esse nível de sobrevivência foi superior à taxa das empresas com até 2 anos, no grupo das constituídas no ano anterior (71,9%), qual seja, de empresas constituídas em 2005. Como a taxa de mortalidade é complementar à da sobrevivência, pode-se dizer que a taxa de mortalidade de empresas com até 2 anos caiu de 28,1% para 26,9%, quando comparadas as empresas constituídas em 2005 e 2006. Sob o ponto de vista setorial, no mesmo período, a evolução da sobrevivência foi positiva para todos os grandes setores: indústria, comércio, serviços e construção civil. A taxa de sobrevivência da indústria cresceu de 74,8% para 75,1%, a do comércio cresceu de 72,2% para 74,1%, a taxa de sobrevivência das empresas do setor de serviços subiu de 71,3% para 71,7% e a da construção civil, de 62,6% para 66,2%. Assim, verifica-se que a sobrevivência é maior entre as empresas do setor industrial. Uma possível explicação pode ser a de que neste setor são maiores as barreiras à entrada (requisitos de capital e tecnologia são proporcionalmente maiores) para o ingresso no setor e onde tende a haver menor pressão da concorrência. No outro extremo, as empresas do setor de construção civil apresentaram as menores taxas de sobrevivência. Não obstante isso, tais empresas registraram uma evolução mais expressiva entre os dois períodos de comparação. Uma possível explicação para a menor sobrevivência na construção civil pode estar relacionado à maior facilidade de ingresso nessas atividades, atividade essencialmente intensivas em mão-de-obra e que, em geral, requerem comparativamente menor nível de qualificação da mesma. Portanto, são menores as barreiras à entrada e maiores as pressões da concorrência nesse setor. Por regiões do país, verifica-se que a taxa de sobrevivência é maior na região sudeste (76,4%), única região que apresenta taxa de sobrevivência superior à média nacional (73,1%). Na seqüência, vêm as regiões sul (71,7% de sobrevivência para empresas com até 2 anos), nordeste (69,1% de sobrevivência), centro-oeste (68,3%) e norte com taxa de sobrevivência de 66%. De forma   complementar, as taxas de mortalidade de empresas com até 2 anos são respectivamente: 23,6% no sudeste, 28,3% no sul, 30,9% no nordeste, 31,7% no centro-oeste e 34% no norte. Como as empresas do setor industrial apresentam taxas de sobrevivência mais elevadas, em parte, isso ajuda a explicar o melhor desempenho relativo das regiões sudeste e sul, onde é maior a presença de empresas industriais. No sudeste, por exemplo, que concentra quase metade das empresas industriais do país (SEBRAE/DIEESE, 2010), a taxa de sobrevivência das empresas industriais chega a 79,6%, contribuindo para o melhor desempenho médio desta região, em termos da taxa de sobrevivência das empresas. Entre as Unidades da Federação, verificam-se taxas de sobrevivência muito diferentes. Dez Unidades da Federação apresentam taxas de sobrevivência de empresas com até 2 anos superiores à média nacional. São destaques os estados Roraima, Paraíba e Ceará, com taxas de sobrevivência próximas a 79%, seguidos por Minas Gerais (78%), São Paulo (77%) e o Distrito Federal (75%). Dezessete Unidades da Federação apresentam taxas de sobrevivência inferiores à média nacional. Os estados de Pernambuco, Amazonas e Acre são os que apresentam taxas de sobrevivência mais baixas, com 58%, 59% e 60% de taxa de sobrevivência para empresas com até 2 anos, respectivamente. De forma complementar, as taxas de mortalidade por Unidade da Federação variam de 21% em Roraima, até 42% no estado de Pernambuco. A taxa de sobrevivência evoluiu positivamente para a maioria das regiões e estados . Mesmo, onde a taxa de sobrevivência apresentou alguma redução, em geral, tais reduções não foram expressivas. Entre as regiões, apenas a região Nordeste apresentou queda na taxa de sobrevivência, de 69,6% para 69,1%, na comparação das empresas constituídas em 2005 e 2006. Nessa região, três estados apresentaram redução na taxa de sobrevivência (BA, PE e RN). Nas demais regiões (N, SE, S e CO), houve aumento na taxa de sobrevivência das empresas com até 2 anos. Nessas regiões, apenas os estados AM, GO, PA, RO e RJ apresentaram redução na taxa de sobrevivência, no período aqui analisado. Em 20 Unidades da Federação (AC, AL, AP, CE, DF, ES, MA, MG, MS, MT, PB, PI, PR, RJ, RR, RS, SC, SE, SP, TO) houve aumento da taxa de sobrevivência.  Assim, entre as empresas constituídas em 2006, a maior taxa de sobrevivência foi registrada nas empresas do setor industrial, no Estado da Paraíba (85,4% de sobrevivência para empresas com até 2 anos). Já a menor taxa de sobrevivência de empresas com até 2 anos foi registrada no setor de construção civil, no estado do Amapá (46,9%). Este relatório tem como objetivo apresentar os resultados da nova metodologia de cálculo da taxa de sobrevivência das empresas no Brasil, desenvolvida pelo Sebrae, a partir do processamento das bases de dados da Secretaria da Receita Federal (SRF). Após descrever as experiências dos trabalhos anteriores sobre o assunto, elaborados pelo IBGE, BNDES e pelo próprio Sebrae, foi apresentada a nova metodologia proposta pelo Sebrae, assim como os resultados a que se chegou no âmbito nacional, das grandes regiões, dos unidades da federação e dos setores de atividade. Ao contrário dos anos anteriores, em que a instituição utilizou pesquisa de campo para realizar estudos sobre a sobrevivência de empresas, neste relatório, fez-se uso do processamento e análise das bases de dados cedidas pela SRF. Foram calculadas taxas de sobrevivência para empresas com até 2 anos de atividade, tendo como referência para os anos de constituição as empresas criadas nos anos de 2005 e 2006. Para análise da sobrevivência, procurou-se identificar a situação cadastral dessas empresas em quatro bases. Para as empresas criadas em 2005, foram utilizadas as bases da SRF de 2005, 2006, 20007 e 2008. Para as empresas constituídas em 2006, foram utilizadas as bases da SRF de 2006, 20007, 2008 e 2009. A necessidade de fazer uso de 4 bases para o cálculo das taxas de sobrevivência se deve ao fato dos registros de uma empresa poderem surgir com alguma defasagem nas bases analisadas. Por exemplo, o registro de constituição de uma empresa
criada em 2006 pode aparecer apenas nos anos seguintes. Há também um número não desprezível de empresas que deixa de declarar seu Imposto de Renda de Pessoa Jurídica em determinado ano, voltando a fazê-lo nos anos seguintes (ou entregá-las com atraso). Assim, as taxas de sobrevivência são relativas a 2 anos de atividade, mas utiliza-se para seu cálculo 4 bases de dados para identificar a situação de cada empresa: a mesma base do ano de constituição, mais as bases dos três anos seguintes à sua constituição. Como resultado, verifica-se que, a taxa de sobrevivência das empresas constituídas em 2006 foi de 73,1%, nível superior ao verificado no grupo das empresas constituídas em 2005, cuja taxa de sobrevivência foi de 71,9%. Embora o estudo não capte as razões da melhora nas taxas de sobrevivência, a tendência ao aumento da sobrevivência aqui identificada está em sintonia com os avanços verificados tanto no âmbito dos negócios (p.ex. com tendência à melhora na legislação em favor das MPE), quanto no que diz respeito à evolução das características dos próprios empreendedores brasileiros (p.ex. aumento da escolaridade e dos esforços de capacitação). O estudo apontou também que as taxas de sobrevivência são maiores no setor industrial, seguidas pelo comércio, serviços e construção civil. Para as empresas constituídas em 2006, as taxas de sobrevivência de empresas com até 2 anos nestes setores foram, respectivamente, 75,1%, 74,1%, 71,7% e 66,2%. Os melhores índices de sobrevivência das empresas da indústria parecem estar  relacionados aos requisitos de capital e tecnologia, que tendem a ser proporcionalmente maior nesse setor, o que reduz a entrada de concorrentes e a pressão concorrencial. Situação inversa parece ocorrer no setor de construção civil. Os menores requisitos de capital e tecnologia, em especial no grupo das empresas de micro e pequeno porte, implicam maior facilidade de ingresso no mercado e maior pressão concorrencial. Na comparação das empresas constituídas em 2005 e 2006, verifica-se que em 20 Unidades da Federação houve aumento da taxa de sobrevivência de empresas com até 2 anos. Em apenas 8 Unidades da Federação houve queda, e onde houve queda da sobrevivência, em geral, tais reduções não foram expressivas. Quando comparados os resultados deste trabalho com as taxas semelhantes calculadas pela OECD, para 12 países, verifica-se que a taxa de sobrevivência de empresas brasileiras constituídas em 2005 (71,9%) é superior, por exemplo, às taxas de países como Holanda (50%), Itália (68%) e Espanha (69%) e é inferior às taxas do Canadá (74%), Estônia (75%) e Luxemburgo (76%). As taxas aqui  calculadas não são totalmente comparáveis às calculadas pela OECD, porque aquela instituição considera apenas as empresas com empregados, ao passo que no estudo do Sebrae também são considerados os empreendimentos com “zeroempregados”, conduzidos apenas pelos próprios donos. Embora haja essa diferença em termos de metodologia, os resultados aqui calculados se mostram muito próximos aos calculados pela OECD. Este trabalho apresenta uma experiência piloto de cálculo da taxa de sobrevivência de empresas, a partir da base de dados da SRF. Espera-se, nos próximos anos, aprofundar essa experiência e prosseguir no processo de aperfeiçoamento da metodologia aqui utilizada. A medida que esse método se consolide, será possível elaborar indicadores com menor grau de defasagem temporal. Isso será possível, por exemplo, se o uso de 4 bases de dados puder ser substituída pelo uso de 3 bases de dados, a medida em que se verifique uma melhora na qualidade do cadastro utilizado. Outro exemplo de perfeiçoamento a ser perseguido será trabalhar com um maior grau de detalhamento das informações, por exemplo, com o uso de um número maior de aberturas regionais e setoriais. Finalmente, um possível avanço adicional esperado para os próximos anos é a possibilidade de elaboração de índices de sobrevivência, não apenas para empresas com até 2 anos, mas também para outros graus de longevidade (p.ex. para empresas com até 1 ano, para empresas com até 3 anos, etc.) Assim, este trabalho pretende ser o primeiro de uma série mais longa, de periodicidade anual, que permita monitorar a sobrevivência das empresas no país.


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FONTE: SEBRAE Estudos e Pesquisas
SEBRAE-SP (2010), “12 Anos de Monitoramento da Sobrevivência e Mortalidade de Empresas”.
São Paulo, mímeo, agosto/2010.
http://www.sebraesp.com.br/TenhoUmaEmpresa/Biblioteca/OutrosConteudos/EstudosEPesquisas/MortalidadeDasEmpresas/Paginas/MortalidadeDasEmpresas.aspx#bottom
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